terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Finjo não doer

Estão me manipulando e finjo não ver afinal o que os olhos não vêm o coração não sente, não estou certa? Bem provável que esse seja o ditado popular mais errado do universo.
Porque no fim do dia os olhos que insistem em permanecer abertos são os meus. A cabeça que não consegue desligar é a minha e a raiva latente consome minha energia.
Meu meu meu meu meu meu meu meu meu
Parece egoísmo, mas a verdade é que existem coisas que a gente precisa fazer pra se reconhecer como indivíduo. Pra nos afirmar como ser de vontade e desejos, de sonhos e esperanças. Quando tudo é definido pelo coletivo, o futuro de um morre. Viramos escravos do progresso da sociedade e o único deixa de existir.
Eu preciso é da Bahia. de axé. do reggae.
Tenho que romper as amarras sociais. Me libertar do capitalismo que me enraiza e só me deixa ver o sol, mas não toca-lo. Quero ser queimada, torrada, transformada em pó, em um nada para, quem sabe, renascer fenix.

sábado, 29 de setembro de 2012

50 tons de cinza. Sério??? Tá mais pra cinza

Me interessei por "Cinquenta tons de cinza" no dia em que li uma nota no IMDB sobre o número de atores que estavam fazendo testes para participarem da produção baseada no livro, nos Estados Unidos. Normalmente evito ler esses livros super mercadológicos. Mas quando eles ultrapassam uma barreira invisível e se tornam fenômeno, me sinto obrigada a ler para ter uma opinião formada sobre o assunto. 

Para isso, não li críticas, crônicas ou reportagens sobre o mesmo antes de ler primeiro. Só o burburinho já me havia convencido a ler. Ouvi de "leia com um OB" até "Chorei no fim". Se fosse ler o que os outros pensam sobre o mesmo, meu olhar sobre a obra provavelmente não seria a de agora.

Verdade ou mito, o relacionamento de Ana e Christian segue a mesma linguagem de Edward e Bella - personagens da saga Crepúsculo, do qual ouvi dizer ser a autora muito fã -. Se for verdade, isso explica muita coisa. Ana e Bella são puras, desastradas. Edward e Christian maravilhosamente irresistíveis, misteriosos e protetores. Até a fala "você deveria ficar longe de mim" tem em ambas trilogias. Rialto quando li isso no livro. E ele também fala isso quando ela está em uma situação de "risco". Inspiração? Cópia? Não sei dizer. E Jake pode ser José ou Ethan. Torço para ser o segundo, que aparece em 2 páginas do livro. Mas já é suficiente pra saber que é uma história que pode render.

Eu esperava mais de 50 TDC. Pra começar, não sei se devo dizer que o livro seja erótico. Tem anime bem mais pesado por aí. Ele é repetitivo. Com o passar das páginas, começa a ficar cansativo. É a repetida história: Ana fala sobre seus sentimentos e na hora de confrontá-lo, ela se deixa levar pelas novas experiências sexuais.

Acredito que por Grey ser um Zeus do sexo - Afrodite soaria estranho - ele é o atual sonho de consumo de qualquer mulher. Mas só isso não é o suficiente.

De resto, não consigo ver o que Mr. Grey tem de tão fantástico que tem mulher querendo terminar relacionamento pra sair a procura da ficção. Desde quando um homem fechado, extremamente traumatizado, arrogante e mandão virou o sonho de vida da mulher contemporânea? Sério. Isso eu não consigo entender.

E nem dá pra dizer que a história é um tentando mudar o outro. Esse é um ponto pelo qual o livro passa, mas não é o centro. E não seria justo já que ele é contado do ponto de vista de Ana.

Pra piorar, são 3 livros. Os 2 primeiros já estão traduzidos para português. O terceiro, segundo a vendedora da livraria, deve chegar ao país no próximo ano. A sacanagem disso é que a leitura não é difícil. É muito, mas muito trivial. São 500 páginas que você lê em 3 dias sem dedicar muito tempo. Pra te fazer comprar o próximo, você tem de brinde o primeiro capítulo da sequência no fim da edição comprada. Onde aí sim, na última página, parece que realmente a cobra vai fumar. Mas pra saber será preciso ler o 2, onde possivelmente nada acontecerá. Aí, lerei o 3 em pdf ou esperarei uns 5 meses e depois irei ao cinema pra ver como ficou na telona.

Como são as coisas. Mesmo me revoltando com Ana e Grey algumas vezes, não curtindo o livro - muito prolixo - ainda estou doida pra começar a ler a seqüência que será adquirida amanhã, assim que o mall abrir.

São os detalhes que o tornam fascinante. Ambos os personagens são complexos e simples ao mesmo tempo. Assim, é impossível não criar algum tipo de vínculo emocional com um deles. É um romance entre o Lobo e a Branca de Neve. Já deve haver até torcida. O envolto da história se passa com um masoquista e, por mais que velado, há interesse em entender o mundo que mistura dor e prazer. Faria 5 flexões só pra saber o que a galera do S&M pensa a respeito desse livro. (não malho. Então não consiga pagar nem duas)

No mais, agora é ler "Cinquenta tons mais escuros" e em seguida "Cinquenta tons de liberdade" e ver quem leva quem para seu mundo. Quantos litros de lágrimas Ana vai chorar, quantos "me desculpe" acompanhado de "você é tudo pra mim" precisarei ouvir.

No momento, ainda não entendi o que faz dele esse fenômeno todo. Estou é torcendo muito para Charlie Tango cair, todos morrerem, José se assumir e casar com Taylor.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conselhos... sempre intencionados

Já dizia o velho ditado que se conselho fosse bom não era de graça e mesmo eu martelando isso na minha cabeça a vida toda vira e mexe caio em um que logo a frente me ferra. Ultimamente é assim que me sinto. Motivos não vem ao caso. A questão aqui é o excesso de intenção pessoal que o outro tem ao te dizer algo sobre a sua vida. Deveria ser o contrário.
A gente aprende que é o contrário. Na sociologia e na antropologia, uma das primeiras coisas que estudamos é a influência de um povo sobre o outro. É como é preciso observar para entender a cultura. Só que nas relações interpessoais isso parece ser esquecido. É um tal de "nossas vidas não se parecem em nada mas você deve fazer o que digo". Por isso, vai aí uma nota mental: conselhos bons? Só se vierem acompanhados dos números da próxima mega sena.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Se tivesse usado o dinheiro que investi em meus estudos para fazer plásticas, tratamentos estéticos e mantivesse um personal trainer, hoje já estaria casada com um homem rico e com pelo menos 2 filhos para assegurar uma boa pensão. Ao contrário, estou aqui".
Eu repeti esse testículo que ouvi dias atrás em um papo com algumas amigas e de volta, recebi "o problema é que estudar vicia".
Tá aí a porcaria da verdade. Assistir Meia noite em Paris e saber a importância dos personagens lá apresentados para a literatura mundial; Ter um orgasmo cinematográfico por compreender quão cuidadoso Hugo foi criado para homenagear Méliès e saber quem foi Georges M.; Não engolir uma informação que lhe foi passado sem antes fazer uma análise crítica são coisas impagáveis.
E são esses detalhes que nos tornam info addict e ferram com a gente porque como diz o velho e bom ditado, "a ignorância é uma benção".
E a questão toda está no fato de que uma vez estudado, não há como voltar atrás. O cérebro não é como uma esponja que absorve conhecimento e o deleta quando você manda.
Hoje, meu dia teve uma surpresa daquelas que parecem ser boas e bobas, mas acabam com a gente: Chorinho. Um espetáculo teatral que desconhecia detalhes, mas por ter Denise Fraga no elenco, não pude recusar o convite, e fui surpreendida por um projeto que mais uma vez mostrou como estudar, coopilar, processar, são etapas importantes para simplificar e deixar tudo entendível e atraente para qualquer que seja o receptor.
Chorinho trata de discussões que estão vivas em mim. Dia e noite vivo tais conflitos como o de desviar o olhar para encontrar apenas o belo. Ou o de viver na hipocrisia da sociedade atual. Foi 1h30 de tapas na cara. Sai de lá com a angústia latente.
O espetáculo não é dramático, é real. O texto, muito bem escrito, tem as piadas necessárias para relaxar a platéia que não está preparada para tanta densidade. Afinal, ele está no circuito comercial. E também, entender a cidade como espaço vivo, enxergar o outro como ele é e não você gostaria que ele fosse e reconhecê-lo como uma pessoa não é fácil. Entender que são as diferenças que fazem uma comunidade? Nem no reino de Far far away.
Chorinho caiu na estrada. Eu, fiquei aqui digerindo tudo para compreender qual meu papel. Eu juro que não sei se deveria me afastar desse universo que tanto critico. Deixar os ideais da sociedade capitalista de lado e descobrir os meus. Que quem sabe seja viver na praça. Livre de todas as pressões, da angústia. De qualquer forma, enquanto não decido, ou a vida decide por mim, sei que posso encontrar o anestésico necessário para enfrentar o próximo dia no balcão de um bar. Por sorte ou azar, em BH tem no mínimo 1 em cada esquina. C'est la vie.

domingo, 20 de maio de 2012

ces't la vie

Esse texto estava por aqui e resolvi publicá-lo hoje. Não lembro quando o escrevi, mas continua atual.

Hoje foi um dia atípico. Fui ao cinema à tarde, manicure e pedicure no horário de almoço. Lanche com amigas à tarde e risos ao telefone. Até cogitei uma massagem!!!
Como seria gostoso ter mais dias assim na minha vida. Mas é a adrenalina dos outros dias que tornam dias como este tão saborosos. Amanhã as coisas voltam ao normal, ou o mais próximo que pode chegar pois, como disse um amigo: nunca seremos normais e isso é que faz de nós quem somos.

Este final de semana cheguei à algumas conclusões:

o sono tem efeito parecido com o do alcool em nosso organismo. Tem o estágio do cansaço, da irritação, da euforia... Várias pessoas viradas em um espaço é o mesmo que ter um monte de bêbados no lugar, mas sem o bafo da marvada da catiaça. rs...

trabalhar em time só funciona se quem deve ser responsável pelo departamento estiver por perto. Tribo sem cacique se desfaz rapidamente. Vários caciques geram o mesmo efeito.

"quem não sabe, inventa" - essa frase é muito dita pela minha família. A pessoa pode até inventar, ser criativa e se manter por um tempo, mas vai cair rápido. Assim que alguém chegar com a verdade.

a vida pode acabar em um piscar de olhos. estranho saber que estamos tão volúveis à situações que nem imaginamos e continuamos vivendo como se pudessemos fazer tudo amanhã. Será que vai haver amanhã???
  
Sou insatisfeita por natureza. Queria muito ser o tipo de pessoa com um sonho, um ideal a ser conquistado. Ou então em achar que a vida é trabalho, família e amigos no fim de semana. Só que essa não sou eu. Eu me incomodo pela hipocrisia que vivo, pelo mundo que me rodeia e pelo fato de eu ficar apática a tudo sem fazer nada.
Aí, nos últimos dias comecei a me dar conta que essa insatisfação com o universo e não apenas com a Terra me acompanhará por toda a vida. Serei eternamente a pessoa que compra brigas perdidas, que nunca está satisfeita com o que fez/conquistou. Fazer o que com isso? Como focar minha revolta?
Minha terceira chefe me dizia sempre que eu precisava aprender a direcionar minha revolta interna. Desde a primeira vez que ela disse isso até hoje, pouco mudou. Pra ser honesta, o discurso serviria muito.
Só que nesse meio tempo apareceu a procrastinação. Revolta interna e procrastinação juntas leva à prostração.
Pro meu futuro? Preciso remover os "ãos" da minha vida. Até lá serei mais uma com potencial mas uma cabeça muito mess-up pra conquistar qualquer coisa. 
Cansei... minhas analogias sobre como a vida precisa, de certa forma, ser deprimente, fica pra outro dia.

terça-feira, 15 de maio de 2012

resenha? opinião mesmo

Comprei o ingresso porque estava atoa no shopping e esperaria 3 horas para assistir o estimulante "Os Vingadores". Era durante a semana, o ingresso estava barato, então, por que não?
Já no início me apaixonei. Isso sim é um filme estimulante, que compensou ter sido gasto uma baba de incentivos culturais dos governos estaduais e federal para ser feito. Lindo do início ao fim.
Antes de assistir, os únicos comentários que tinha lido estavam na timeline do meu facebook e se referiam às cenas de sexo e pagação de peitinho de Natália Dill (que todo mundo conhece como aquela atriz da Globo que passa a novela chorando).
A princípio, não conseguia desvincular o rosto dela dessa personificação. E a Dill aparecer triste logo na primeira cena não ajudou em nada. Mas as sequências seguintes são fantásticas, alucinantes.
Este não é aquele tipo de filme que você não saca o final logo de imadiato, só que também não diz a que veio nos primeiros 10 minutos como é de praxe em longametragens.
A trilha sonora vale a pena ser baixada - se achar que vale algo, me processe. Tá mais fácil download ilegal que o CD original - se você curte música eletrônica.
A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi pesquisar sobre o peiote (peyote). Não tenho vergonha da falta de conhecimento em entorpecentes derivados. A princípio fiquei super interessada nele, afinal, que viagem. Podia ser uma forma de "entender melhor meus monstros interiores". Mas ao ler a respeito, descobri que poiote é um cactus em extinção. Aí perdeu a graça. Os outros entorpecentes que já fazem parte do universo de qualquer pessoa que saia a noite nunca me interessaram.
Agora, quem se deu bem com esse filme, além de Natália Dill que pode mostrar que realmente sabe atuar e não só choramingar, foi essa festa que acontece anualmente na Bahia. Muito louca. Vários amigos foram. Eu, tinha certo preconceito, devo confessar. Mas agora? Lá é o lugar.
Lugar de muita gente diferente, dos mais diversos preconceitos unidos em prol de um ideal: 3 dias de música eletrônica e curtição. (curtição pra mim é um lugar bonito com gente interessante, nova, trilha sonora boa, e amigos). Entorpecentes: preciso só do velho, seguro e antigo bom alcool. De preferência os espanhois, franceses e russos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Revolta, raiva, dor e muito mais

Imprudência médica me revolta. Hoje pela manhã faleceu um primo meu de segundo grau por falta de assistência médica. Ele não era o tipo estou com dores mas sou durão. Tinha plano de saúde, era adepto da medicina preventiva, consultava com a frequência que o gastro determinava, só não contava com a falta de respeito dos médicos que negaram o devido tratamento e o levou ao óbito.
Recém chegado de uma consulta com um especialista na cidade de Bom Despacho, com as guias de internação e recomendações em mãos, ele foi para o hospital São Carlos, em Lagoa da Prata, cidade que mora. Só que o pediatra que era o plantonista no momento recusou interna-lo.
Ao invés disso, deu um medicamento para dor e o mandou pra casa, respaudado por mais dois médicos da cidade.
Horas depois ele retornou ao hospital para tentar uma  nova internação já que a dor só aumentava. Os médicos ainda se recusavam a interná-lo para o tratamento correto. Após 4 horas dentro do hospital e sem receber o tratamento indicado pelo especialista, a esposa e um amigo o retiraram do hospital, colocaram na traseira de uma caminhonete e seguiram para Divinópolis, cerca de 100 quilômetros de Lagoa. Quando chegaram ao P.S a condição estava além das possibilidades de tratamento.
Com menos de 45 anos de idade, deixou de rabiscar no livro da vida. Não verá os filhos adultos, não comemorará bodas de ouro, prata ou as brigas de um divórcio. Não verá o Galo campeão ou o Cruzeiro na segunda divisão. E não convencerá o pai de que um portão eletrônico é mais seguro para a casa do que o que está lá há mais de 20 anos.
Pergunto o que acontecerá com os médicos, com o hospital?
Sei que não é comigo, mas se fosse,... juro que não sei o que faria nesse hospital ou com esses médicos. No momento, métodos de tortura chinesa parecem pouco.
E isso não é um caso isolado no interior. Em 2009, lembro que minha irmã e meu primo saíram de BH ruma à LP as pressas para buscar minha mãe, pois ela sentia dores terríveis e os pseudo-médicos da cidade não encontravam nada. Quando chegaram com ela em BH, no Hospital Madre Tereza, os plantonistas do pronto socorro queriam tratar a dor e solicitaram que ela agendasse consulta com um especialista para fazer exames e descobrir o que tinha. (Quem vai com regularidade ao médico sabe que agendar consulta com qualquer tipo de especialista demora, com sorte, 30 dias.) Doença agora chega com tempo de espera para esperar por especialista e exames? Pronto socorro virou "Pronto pra voltar sem dor e com muito remédios pra destruir seu fígado"?
Como sou contra o "tratemos a dor e depois descobrimos o por quê dela existir" dei muito chilique, minha tia usou o rapor que tinha com a equipe, minha irmã, a paciência para manter minha mãe calma diante de tudo aquilo, e conseguimos que um ginecologista - que atendia em seu consultório no mesmo hospital - fosse vê-la. Resultado: ela estava com hidrosalpinge e precisou ser operada no dia seguinte. Trompa e ovário esquerdo estavam podres. A espera poderia ter causado uma infecção generalizada, levando a morte. Até hoje agradeço o compromisso do dr. Fagundes com o juramento médico. E também por descascar a equipe que estava ali no momento.
Só que nem todo mundo tem ao lado alguém briguento, ou que trate todos como amigo ou um verdadeiro médico. Profissional de saúde precisa estar na profissão por amor e não salário. Quem pensa só em dinheiro deveria virar administrador, economista, funcionário das bolsas de valores ao redor do mundo, agiota, designer da Casa da moeda. Qualquer coisa que não envolva salvar a vida do outro.
Faltam leitos, medicamentos, profissionais, suplementos médicos obrigatórios como luvas e álcool. A área da saúde no Brasil está em crise sim. Só que isso não dá o direito de médicos de hospitais públicos e particulares decidirem quem tratar ou invalidar o tratamento indicado pelo especialista que acompanha o paciente. Os particulares então... melhor não entrar nesse mérito.
Pelo meu primo - que convívio tive pouco, mas memoráveis - sei que nada posso fazer. Pela família dele, o que posso oferecer são alguns causos engraçados, um par de ouvidos, um ombro amigo e todo apoio que precisarem para que possamos caçar a licença desses médicos, processar o hospital e evitar que outros morram por imprudência.
Cada um lida com os estágios do luto de formas diferentes, mas uma coisa que nunca podemos aceitar é que casos assim continuem existindo. É preciso punir e pra isso temos a lenta, cega e procrastinada justiça ao nosso lado. Se ela não resolver, com tempo zero atrás das grades, o 38 garante 100% de eficácia (o sangue siciliano berra).

quinta-feira, 8 de março de 2012

#WTF

Comemorar o dia da mulher é igual a poesia: "roses are red, violets are blue and I love you". Não tem o menor sentido. Importante é comemorar e discutir sobre o papel da mulher na sociedade, a evolução de seus direitos e deveres, o respeito ao outro. Ao invés disso, leio milhares de poesias, frases e homenagens dizendo como você, mulher, é essencial, querida, amada.
Só que palavras continuam sendo palavras enquanto não são transformadas em atos. Quero viver o dia em que uma mulher ser presidente de uma grande empresa não seja notícia. O dia em que a mulher possa optar por ser dona de casa sem sofrer preconceito da mesma forma que também poderá exercer o direito de não ser mãe. E se me permite sonhar, viver sem ser abusada pelo parceiro, irmão ou pai.
A sociedade está longe de aceitar as escolhas não tradicionais do outro. Talvez mudar a data de nome seja o que precisamos para que, talvez, as pessoas entendam que esse dia foi criado para relembrar os sacrifícios necessários para que tivéssemos a possibilidade de exercemos nossa liberdade.
O dia da mulher deveria se transformar em dia da consciência sobre a mulher.
Quem sabe assim, ao invés de ler sobre a mulher que montou uma grande empresa ou decidiu viajar o Brasil ao lado de 3 amigas, possamos ler sobre o que realmente é importante para o sexo frágil: conseguir igualdade de direitos. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Feliz é quem nada sabe, nada ouve, nada lê

Ouvir o outro é complicado. Você precisa dele para existir, crescer, aprender, viver. Só que ele ensina, te direciona para o que quer. Explica tanto sobre a importância das vogais e pode nunca informar que existem consoantes. Ser você é conseguir equilibrar o que aprendemos com o conhecimento do outro, com o que descobrimos a cada instante ao o que espera a sociedade.
Não pender a balança para nenhum dos lados é difícil. E se ela pender… ferrou. Decisão errada na certa! Se bem que errado e certo são palavras simplistas demais para definir situações. Entre as duas existem milhares de recortes, visões, possibilidades. E são essas decisões que preenchem páginas e páginas de nossa biografia. Não tem voltar atrás. A vida não é digital. Não dá pra apertar o ctrl+Z e usar aquela experiência para escolher a porta certa. Ações são escritas com caneta de tinta permanente em superfície anti-quebra, corte, rasuras. Dá pra remediar, pedir desculpas, dizer foi mau. E isso estará ali também. Registrado com a maldita tinta permanente. Um pouco abaixo, ou vários capítulos depois. Isso é o tempo cronológico que dirá.
Não estou dizendo que errar seja ruim. Acredito no crescimento pelo erro, porém não é esse o caso, pois as conseqüências das escolhas que fazemos na vida são as encruzilhadas. E, as vezes, seguimos por destino que mais parece bueiro. Sombrio. Sem saídas fáceis.
Eu estou no bueiro. Não em todas áreas da vida. Em algumas estou melhor do que imaginei em minhas utopias. Dá pra sair desses buracos. Não é algo definitivo. Mas haverão contusões no meio do caminho. A gravidade dos ferimentos não pode ser prevista, apenas vivida. É quase que pular de um abismo sem equipamento de segurança. A única certeza é que existe o chão e, em algum momento, você chegará nele. São em momentos assim que todos tem algo para falar, compartilhar. Palavras que ajudam, acalmam, acalentam. Essas existem só se proferidas por estranhos. Os que conhecemos, sabemos bem como cada um pensa e os motivos que geraram tal opinião. E aí? Ouvir. Fazer o quê? A sensatez está em absorver com inteligência, deixando de lado o que sabemos ser interesse do outro e não seu.
Não sei se estou nesse nível de autoconhecimento. Se estivesse, diria que saberia quando atingisse o chão. Aí, pelo menos já estaria pensando no que fazer quando chegar e não em como saber se cheguei. Esses blind spots que tornam a vida excitante são os mesmos que impedem a neblina de sair da frente da luz no fim do túnel.
Eles tiram noites de sono, saciedade, tranquilidade. Nos transformam em estrategistas de guerra. Bolar planos e mais planos mirabolantes. Nos fazem pensar, pensar, pensar, … Sem chegar a nenhuma conclusão plausível. E aí? Tem horas que o melhor é seguir o conselho da avó e lavar uma trouxa de roupa suja.
O cansaço impedirá o raciocínio. É rebaixado - involuntariamente - de estrategista para praça no fechar dos olhos e segue vivendo atarefado pra não ter tempo e parar pra analisar como está a vida. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Hoje descobri que tenho uma reunião com algumas pessoas para falar sobre um assunto que nem foi oficializado. Queria saber quais pessoas são essas que conseguem tempo para bolar burburinhos. Elas precisam ser reconhecidas e honradas por conseguir administrar o tempo tão bem que sobra até para imaginar coisas. Eu queria ter tempo extra. Quem sabe assim não leria mais, passaria mais tempo com amigos, família ou no boteco bebendo tequila e jogando conversa fora com as mais diferentes pessoas que naquele balcão parassem.
Ao invés disso, durmo já sabendo qual roupa vou usar quando levantar. O horário que preciso estar em pé para cumprir os compromissos do dia, se será melhor dormir mais 15 minutos ou tomar o café da manhã. Mesmo de férias, não dá para manter a mente livre para que a imaginação flua, pois há tanto o que ser feito, visto. Tanto foi planejado para 30 dias e quase nada cumprido.
E nesse corre-corre todo me pergunto por que eu sou assunto? O que me transforma em notícia quando Luiza acaba de retornar ao país? Existe algo maior que isso no momento? Se quer falar sobre outras coisas, temos centenas de ministérios públicos com diversos problemas que precisam da ajuda dos cidadãos. Quem sabe não é a sua chance de fazer algo de positivo em sua passagem pela Terra? 
Não tenho problemas em falar de mim. Mas se quer criar histórias, que pelo menos gere algo espetacular. Contos ordinários sobre eu? Melhor ficar calado. Se quer inventar, vai lá. Faça uma história que concorra com a de Tintim, Brás Cubas, Joana D'Arc. Impressione aqueles que ouvem. Deixe-os extasiados. Por que não até com uma pontinha de inveja? Não há nada mais chato do que desmentir uma estória fraca. Bom seria se pudesse eu acrescentar detalhes a esse personagem em quem me transformei. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

BBB12 possível crime e a tentativa da emissora de esconder

Possível estupro era o ingrediente que faltava para aumento de audiência do BBB 12 que estreou em baixa. Só essa explicação para entender a resposta de Boninho ao vídeo exibido na madrugada de sábado para domingo que mostra integrante da casa "acariciando" colega desacordada.
Afinal, se não houve crime, se o sexo foi consensual como afirma a direção do programa, por que as imagens foram retiradas na manhã seguinte ao ocorrido do site globo.com e no princípio da tarde do canal de vídeos Youtube (que informou ter retirado os vídeos a pedido da emissora)?
Não sou advogada, não sei se o ministério púbico pode tomar alguma atitude, mas existem motivos para ele ser processado e expulso da casa. Se não por estupro ou tentativa, as imagens mostram claramente que Daniel fez mais do que disse ter feito aos colegas. E por isso ele já pode ser processado pela garota por calúnia e perjúrio. Me pergunto se a empresa também não pode ser co-autora de um possível crime, se tem em seu poder imagens que poderiam ajudar Monique a se lembrar ou saber o que aconteceu.
Estupro no namoro, como é popularmente conhecido, é mais comum do que mostram os índices indicam pesquisas no Brasil e exterior. E como ele acontece? Com o outro desacordado ou altamente drogado. Na década de 1970, quando o sedativo Rohypnol começou a ser vendido no mercado e rapidamente misturado em bebidas.
Não houve sedativo e sim muito álcool. E isso modifica o que aconteceu na última madrugada? As imagens mostram que não houve trocas de carícias, pois Monique estava imóvel. Boninho disse que "as imagens não eram claras o bastante" e chamou a garota para prestar esclarecimentos. Como dizer a verdade do que se desconhece? Por que não mostra-la as imagens e deixa-la decidir se o que ali está implícito é o que ela se lembra?
Uma TV aberta tem responsabilidades com seu público. Será que a TV Globo esqueceu que ela tem concessões de canais de televisão dada pelo governo? Vivemos sim em um país de impunidades nos mais diversos setores da economia, mas tentar colocar panos quentes sobre esse acontecimento não é o mesmo que afirmar às milhares de adolescentes que sofrem o "estupro no namoro"ou roofie que o que aconteceu foi culpa delas e não crime?
Se fosse a filha de Boninho naquele quarto a reação dele seria a mesma? Ele ainda estaria na figura de protetor de seus personagens?
A hashtag #Danielexpulso está entre as 10 mais populares no Twitter Brasil e em alguns momentos aparece entre as 10 do mundo desde a manhã de hoje e não parece estar perdendo forças. Se lá fora ministros perdem cargos públicos por assédio sexual, aqui a maior emissora de TV aberta do país tenta abafar um possível crime.
Pelo menos a população parece saber o que é crime e pede por punição. Mas vamos ficar só nisso?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tempo sobrando dá nisso

Em setembro de 2009 fiz uma postagem aqui no blog sobre como o twitter havia exponenciado a imprensa marrom. Como todos havíamos nos tornado alvos fáceis de grandes fofocas na rede. Ao ler o texto que fiz na época, me pergunto se deveria ter saído das redes sociais, me imposto contra o sistema, se deveria ter pensado melhor em como utilizá-la, pois hoje faço parte de quase todas. Sou do grupo dos que postam tudo, não tem nada a esconder e curtem divulgar o que faz/vai na rede. Não pra ser acompanhada, mas por opção, estilo de vida, ou qualquer outro motivo que alguém possa dizer. Tenho a desculpa de que "isso é por obrigação profissional", mas nem eu tenho coragem de usar tal frase.
A realidade nua e crua é que existe um novo mundo e eu faço parte dele. Um universo em que as redes sociais já não existem isoladamente. Elas se integram para que você explore melhor esse universo virtual com possibilidades infinitas. Ver os passos de alguém, como quem vê o carro se locomovendo no GPS é um dos zilhões de aplicativos disponíveis nesse mundo.
Viramos todos espiões de nós, de nossos amigos e curtimos isso. Do que adianta fazer se ninguém vê? Onde está a graça de algo se não tem como os amigos comentarem sobre aquilo? De alguma forma, Caras, Quem, Contigo está na timeline de todo mundo. Só que personalizado. Pra que saber que Huck e Angélica estão com os filhos na praia, se a Malu também está e eu me interesso mais por quem conheço do que pelos que estão na TV?
O crescimento no número de usuários em redes sociais e o tempo deles nesses espaços aumentou significativamente em 4 anos. Sem classe social, idade e sexo, esse grupo social cresce e chama a atenção de quem pára um pouco para olhar ao seu redor.
Para os que pensam vida virtual como extensão da vida real, existe uma série de fatores positivos para te fazer crescer e não enlouquecer na web. É entender que nesse espaço a fofoca sobre você é administrada por tu.
Com periodicidade, e conteúdo certo você consegue munir amigos, inimigos, seguidores, perseguidores de informações e aí direciona-los para o caminho que você quer que eles andem. Que eles conheçam o personagem que você os mostrar. Não há Boninho na edição do seu BBB. Aqui é você e seus amigos que geram conteúdo e apresentam recortes da notícia.
O lado negativo de uma vida com braços no mundo virtual é o descontrole. Poste algo bêbado e quando a ressaca alcoólica passar, você verá que a moral está apenas no começo. Uma brincadeira de mau gosto e lá se foi um emprego com um super salário e veio um processo.
Na história, temos vários períodos, tempos que são marcados por etapas. Fases de crescimento do homem e da sociedade que os norteia.
Na internet é difícil dizer que tempo vivemos. Ele varia de acordo com a intensidade com que estamos e ficamos conectados. Minha mãe pode viver no período pré-revolução tecnológica e eu no pós-contemporâneo enquanto residimos sob o mesmo teto no planeta Terra.
Quando a velocidade varia tanto de pessoa para pessoa, só há uma coisa a fazer. Usar o bom senso. Ele não está disponível para compras no Submarino ou e pechinchas no Peixe Urbano. Também não dá para encontrá-lo em livrarias, bibliotecas ou no Google. É o velho método de colocar a cabeça para pensar. Boa sorte!
A série de vinhos e espumantes criada pela enóloga Filipa Pato merece um tempo dos amantes de vinho. Um vinho seco, frutado, não-madeirado, e com um bouquet...
Já o espumante rosê, além de sabor único, tem uma tonalidade de chega a impressionar. O magenta é bem diferente dos facilmente encontrados no mercado.
E o preço? Esse varia entre R$40 e R$70. Difícil é encontrar quem tenha disponível na adega. Em BH, é possível encontrá-lo na Expand e no Verdemar.
Filipa é filha de Luiz Pato, dono de uma das mais respeitadas e tradicionais vinículas portuguesas.