quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quando perder tempo pode ser bom

Votar é algo pessoal e ninguém deve te dizer o que fazer. A escolha de um candidato não deve ser baseada em opções pessoais e sim no que melhor se ajusta ao coletivo. Sei que é difícil pensar nos outros em uma sociedade que nos leva a ser cada vez mais fechado em nosso mundinho.
Dia 03, em Minas, você precisa escolher 6 candidatos: presidente, senador (2), governador, deputado federal e deputado estadual. Para não perder tempo lendo propostas e pesquisando o passado dos candidatos, mais prático é aceitar a opinião de um amigo. O velho ditado já diz que se conselho fosse boa, não seria de graça.
Perder tempo analisando propostas pode salvar mais do que 4 anos de má administração. Pode melhorar a saúde, economia, educação. Não só a sua, como a de milhões de brasileiros que ainda, por falta de conhecimento, votam por cabresto.
Sendo assim, não vote no menos pior. No indicado por um familiar ou amigo. Vote naquele que você sabe que pode ajudar. Que vê a política como uma forma de ajudar o país a crescer e não a si mesmo. As opções de votos branco e nulo existem para serem usadas. Não há vergonha em escolhê-las se você acredita que quem está entre os candidatos não merecem o cargo ao que concorrem, por que escolher um deles?
Se você ainda não se convenceu, uma analogia simples: você tem uma empresa e precisa contratar um funcionário. Recebeu várias indicações e currículos. Selecionou, realizou testes e entrevistas. No fim, se não houve um candidato à altura do cargo. Você recomeça o processo com novas indicações e currículos. É trabalhoso, chato e ninguém quer fazer. Mas você, que é o responsável e precisa de alguém que te ajude a crescer, sabe a importância de passar por essa etapa. Seu voto é o “você está contratado” ou o “você está demitido” para um politico. Lembre-se disso quando for votar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Não vou dizer que sou contra dinheiro. Mas ele não é prioridade em minha vida. O dinheiro é um instrumento que tenho para realizar minhas vontades e das pessoas com quem me importo. Essas sim estão em primeiro lugar. Amigos, família, colaboradores, parceiros. Por que no fim do dia o que conta não é se sua conta corrente está com x ou xx ou quantos carros você tem na garagem. E sim se você tem alguém para conversar, rir sobre algo bobo.
A cada dia percebo como as pessoas esqueceram disso. Esqueceram que o outro tem sentimentos. Entre os protestantes eles - os que você não conhece - são chamados de irmãos. Uma nomenclatura que demonstra a importância do respeito com o outro. Um respeito que foi perdido.
Há alguns anos li uma pesquisa realizada em BH que mostrava como as pessoas ignoram os que realizam trabalhos de menor prestígio social como uma empregada doméstica, um gari ou pedreiro. Como se eles fossem diferente da classe média nariz empinado que acha que predomina o país.
Para sua informação, pelo menos 100 milhões de brasileiros vivem com 1 salário mínimo ou menos. Mais da metade da população. É entre esse grupo que existe amor ao próximo e solidariedade. Eles não ajudam por que isso deduz no imposto de renda. Eles não maltratam os outros e passam por cima de tudo e todos para terem suas vontades realizadas. Isso é o capitalismo em seu modo mais cruel. E isso doi.
Em minha casa, onde cresci com minha mãe e meus dois irmão, prostituta e madame sentam e são recebidas com o mesmo respeito. Empregada doméstica nunca foi maltratada. Se minha mãe comprava um aparelho eletrônico novo, o velho não era vendido ou encostado. Era doado.
Onde está esse tipo de ação?
Quando desligar o telefone na cara dos outros, mentir, dissimular passou a ser algo normal e até certo ponto correto?
Estou em crise. Pode até ser TPM, acredito que a desculpa de um descontrole emocional provocado por hormônios não possa ser usado aqui, mas juro que não sei se esse é o mundo em que quero viver. Ainda não é dezembro, mas está na hora de repensar o que vale a pena. O que precisa ser mudado em nós. No comportamento e no tratamento com o outro.
Não sei se já falei isso, mas uma fase em que retornei a terapia, um dia, numa das últimas sessões a psicóloga disse algo que me perturba desde então. Disse que minha insatisfação me levaria a viver isolada no meio da floresta um dia. Quando ela disse isso, achava que aconteceria em 30, 40 anos. Passaram-se 5 anos e eu quero fugir. Deixar tudo de lado. Levar comigo alguns lápis, moleskines, uma polaroide e só. Sumir por esse mundo para reencontrar o que perdi: a fé nas pessoas