domingo, 18 de dezembro de 2011

"Instagram" é o twitter de 2011" disse o estilista Ronaldo Fraga ao iniciar o discurso que explicaria o tema Inspiração para o Minas Trend Preview primavera/ verão 2012. Mas é muito mais do que isso. Este ano vimos como o viral do mundo virtual (o que rola na internet) afeta o mundo real (esse em que você tem olfato). São detalhes que passam desapercebido à maioria. Vai desde Natalie Lamour, personagem vivida por Déborah Secco no folhetim global Insensato Coração, dizer "Se isso é estar na pior", citando Luiza Marilac de um vídeo que virou hit no youtube, à Christiane Torloni que dias após soltar um embriagado "hoje é dia de rock, bebe" durante entrevista - ao vivo - no festival de música Rock 'n Rio repetir o discurso agora como sua personagem no folhetim Fina Estampa.
Além das novelas, também assistimos ícones do jornalismo se mostrarem pessoas comuns, exporem pontos de vista, coisa até então absurda de ser feita em público. Chegamos ao ponto de ver o Jornal Nacional, o mais tradicional e prestigiado - segundo o Ibope - telejornal da TV Brasileira se transformar em um reality show com a saída da âncora Fátima Bernardes. É o voyerismo atingindo níveis nunca antes imagináveis.
No cinema, a moda é usar uma fotografia que apresente imagem lavada, como aquelas que criamos com o Instagram e tantos outros aplicativos de tratamento de imagem que surgiram em seguida e geram o efeito daquela foto que você tem guardada e que te traz tantas lembranças. "Um dia" é um dos longa-metragens que usaram essa técnica.
Não posso dizer todos, mas um grupo da sociedade - diferente do pensamento comum, sem sexo e idade - sabe identificar bem tais interações, pois são presentes em ambos os universos. Estão antenados não porque são estudiosos do assuntos e sim porque são o assunto. A verdade é que deixamos de ser assunto apenas quando aparecemos na capa dos jornais. Hoje, qualquer um estampa a primeira página dos mais diversos meios de comunicação, nas mais variadas partes do mundo. Só é preciso fazer algo no momento certo. Um algo que o diferencie dos demais e arraste multidões de interessados. Com isso não surgirá uma nova Fernanda Montenegro. Pode até acontecer. Mas como diz o ditado, o que vem fácil vai fácil, mais apropriado seria usar a palavra rápido. Mas deixa o ditado como ele está há séculos ou décadas. Antigo e atual. 
Isso não muda o fato de que, se muito, no dia seguinte, o hit já seja outro. E também não altera o fato de que é eterno, pois hoje, tudo fica ali registrado em sua ficha digital, ou seria um diário aberto a quem quiser saber sobre você?
No best-seller 1984, que eu nunca terminei de ler por medo, todos são monitorados. Ao ler a ficção científica, parece que ainda estamos longe de tudo isso, mas é só olhar atentamente à sua volta para perceber que hoje sabemos muito mais sobre o outro do que o próprio, que tal situação não tem volta e por mais que você diga "comigo isso não acontece. Eu não tenho Facebook, saiba que você está sim no sistema e nas redes sociais. Se não postado por você, pelos seus amigos, pela empresa na qual trabalha e até pelo governo. Você está ali e com um pouco de conhecimento qualquer um consegue te achar.
Agora é esperar 2012 e ver o que mais vem por aí. Aposto nos localizadores pessoais. Tipo um GPS que te mostra no mapa para todos. Mas como toda aposta, tenho 50% de chance de estar errada.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Não saio com sua conta bancária

Entendo que existem garotas na balada em busca de um príncipe encantado que transforme a vida dela ou apenas proporcione momentos prazerosos e mágicos. Essa garota não sou eu. Curto meu estilo de vida. Gosto de saber que isso eu fiz/tenho porque paguei. Afinal, tudo na vida tem um preço e cada um paga com o que pode. Eu prefiro pagar em dinheiro.
Não há nada mais chato do que pessoas que acham que dinheiro compra tudo. Tem coisas que nem o mastercard pode te dar; como integridade e amizade.
E é por isso que caio em frias como estar na balada, lugar para descontrair, e vem gente com a cantada: "tenho um jatinho. O que acha de passarmos o fim de semana em ...". Será mesmo que o cara acha que vai pegar alguém por ser rico? Não saio com conta bancária, saio com pessoa. Conta não fala, não opina, não dá manotas como esta. Já gente...
Algumas precisam descer do salto e entender que Luiz XV não se deu tão bem sendo esnobe e exibicionista. Se você quer tanto que os outros saibam quão bem de vida você é, faça um publieditorial sobre você.
Termino o desabafo outro dia. Cansei.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

construção de uma nova hidrelétrica

Pare por alguns minutos e escute o que esse VT quer dizer. Ele é cheio de globais, o que pode desmerecer a causa, mas nesse caso, ela a valoriza, pois usa o apelo deles para que a população pense em  algo que está acontecendo e estamos todos parados, apenas vendo a briga de Marina Silva com o governo e empresários de grande porte que não se importam com meio ambiente, história, ecossistema e sim com faturamento.

domingo, 25 de setembro de 2011

100 dias

Por quase 4 meses estudantes da rede estadual de ensino em Minas Gerais ficaram sem aulas. Professores pararam de trabalhar e utilizaram o direito constitucional para entrarem em greve. O ano letivo tem apenas 4 trimestres. 1 deles foi sem aulas. O motivo maior: aumento salarial. De acordo com a classe, o piso está defasado; dar aula para uma classe de crianças e adolescentes é muito difícil, perigoso às vezes.
Minha dúvida é se tem alguém com uma arma apontada para a cabeça do professor obrigando-o a dar aulas, a ser um educador profissional. É que nunca vi/ouvi alguém dizendo: "Se você não for professor, mato sua família!".
Todos temos opções. Podemos mudar de emprego sempre que o mesmo não for mais conveniente. Tem funcionário público que não pensa nisso. Quer viver a estabilidade que o cargo oferece, com uma mediocridade profissional que o mercado não aceita. Logo, aumento só com greve, pois ela pune a sociedade e força o governo a dar o aumento que eles querem.
Isso, é birra de criança inserida no mundo profissional. E é ridículo. Por que eu preciso pular de galho em galho, virar o sete pra ganhar o que quero, pra ter o treinamento que almejo e o mercado busca se outros cruzam os braços, dão chilique, pra conseguir o mesmo?
O que o país precisa é de uma administração pública que exija de seus servidores o cumprimento de metas, níveis de qualidade e bonificação. Se você é um bom professor, se sua escola tem um nível educacional bom, que você receba um prêmio no fim do ano. Por que os bons merecem ganhar mais. Mas os medianos... esses valem o que ganham.
Aos que estão fechados em seus mundinhos, pergunto: Qual salário não está desafado? Por que um professor que passou em um concurso e sabia o valor do salário quando se inscreveu merece entrar em greve se o piso salarial no país como um todo começa com 1 salário mínimo??? Quem é você, professor, pra se achar melhor que qualquer outro profissional do setor privado e público? Se você é tão bom assim e quer ganhar mais, por que não foi para uma área/ empresa que te pague mais? O que te prende onde você está? Por que o reajuste da sua categoria tem que ser maior do que 10% se nenhuma outra categoria recebeu tal reajuste?
Por que a sociedade deve te apoiar a ganhar mais se você aprova aluno sem que o mesmo tenha compreendido o que estava no currículo escolar do ano? Se você não faz o mínimo exigido de você, que é educar, por que você foi pra rua pedir pra ganhar mais? Por que a sociedade não se juntou a você em sua luta? Você já pensou se essa luta é honesta? Se há outra área da sociedade que precise mais de ajuda?
Segurança pública, saúde e educação são serviços básicos que precisam funcionar com perfeição para que a sociedade cresça. Por isso, da mesma forma que os médicos não podem parar 100%, os professores também não poderiam. Se a educação não vai bem, também seja por que nem os que querem dar credibilidade à ela acreditem no que pregam. Não a valorizam como deveria.
Nos próximos meses, crianças das mais diversas idades estudarão também aos sábados. As férias de fim de ano devem ser substituídas por um recesso na última semana do ano. Será que após 3 meses parado, o professor poderá entrar na sala de aula e voltar a dar a aula de onde havia parado? Haverá recapitulação de conteúdo? O currículo será cumprido? Os adolescentes largarão os bicos que encontraram nesse período para voltar à sala de aula? Quantos pré-adolescentes e adolescentes entraram para o tráfico nesse período? Quantos leram um livro? Quantos lembram o que estudavam antes das aulas pararem?
Com os efeitos colaterais da greve os educadores parecem não se preocupar.
Será que esse não é o momento de novas passeatas? Agora com pais, avós, tios, amigos de alunos exigindo que o estado faça um teste e retire do quadro de servidores aqueles que estão abaixo da média. Que estão defasados? Talvez só assim consigamos melhorar o nível da sociedade como um todo. Precisamos aprender que quem cobra também precisa ser cobrado. Da mesma forma que exijo clareza do governo, também devo ser clara, honesta. A via precisa ser de mão dupla.

PS: não sou contra o direito de greve. Mas acredito no bom senso e no tirar proveito.

domingo, 4 de setembro de 2011

Eu brincava de bonecas e barbie enquanto ele desmontava TVs, geladeiras, e qualquer eletrônico que desse mole ao seu lado. Não lembro quando o conheci ou a primeira vez que ouvi seu nome. Só sei que nossa diferença de idade não passava de 1 ano e ele era o primo super heroi de uma das minhas melhores amigas.
Alguns anos mais tarde, Francisco passou a ser Perigoso. Deixou de destruir eletrônicos para arrebatar os corações das adolescentes de Lagoa da Prata. E o fez com a modéstia de um verdadeiro galã e a galinhagem de um grande Don Juan. Não sei de onde saiu o apelido, mas o fazia justo. Aquele garoto, recém chegado à cidade era mesmo um perigo para as garotas. Muito inteligente, esperto e diferente dos garotos que conhecíamos. Sem contar que poucos, muito poucos tinham uma beleza física próxima à dele.
Além disso tudo, Francisco, desde cedo, comandava os rumos da vids. Sabe aquele ditado de que é melhor viver um dia como leāo do que sem como cordeiro? Perigoso desde criança abraçou a vida como um felino.
Com o passar dos anos fui perdendo contato. Não que tenha tido muito. Era apenas um aceno com a cabeça, ou o trivial "ei, tudo bem?" ou "como está?". Mesmo assim, as notícias sempre chegavam. E Francisco era o tipo de pessoa que nunca foi necessário perguntar. Ele era assunto, pois sempre foi do tipo que marcou as pessoas com quem teve contato. Ordinário nunca. extraordinário sempre.
E como todo ser humano inteligente, Francisco sofreu para se ajustar ao seu tempo, às exigências impostas pela sociedade vigente. E não decepcionou. Mostrou-se exímio no que se propôs a fazer.
Ao se tornar pai, foi presente, da sua forma. Era do tipo que parava para brincar e o fazia por querer, não por obrigação.
Perigoso, talvez por não suportar viver sem intensidade, partiu bem antes do que esperávamos e deixando várias peguntas no ar. Surpreendeu mais uma vez. Para trás ficaram memórias, histórias de um garoto que viveu a vida à 300km por hora, sem nunca pisar no freio. Francisco explorou possibilidades, estilos de vida. Soube valorizar o que realmente é importante. Não tenho dúvidas que viveu, em 30 anos, o que a maioria não consegue fazer em dois séculos. São pessoas como Francisco que viram mito.
No momento, visualizar o futuro não é fácil, mas esperarei o dia em que ouvirei, em um grupo de adolescentes, eles comentarem de um garoto e suas peripécias.

domingo, 28 de agosto de 2011

Mais uma vez amor. Quando vi anúncio desse espetáculo, me interessei por um único motivo: Deborah Secco. Não vou dizer que era para ver as adaptações que fizeram para levar o texto para o teatro, ou babozeiras do estilo. Eu, como 97% das pessoas que lotaram o teatro Sesiminas em BH por 3 dias fomos para ver Bruna Surfistinha/ deputada Natalie L'amour de perto. Já que entrei na onda da honestidade, não era bem a Secco que me fez ir ao Sesiminas. E sim os comentários de um amigo que a conheceu dias antes, durante o Criança Esperança. "Me casaria e teria meus filhos com ela. Mesmo ela com o cabelo gritando por uma hidratação". Tal frase é impactante se você conhece seu autor. Numa tradução, seria dizer que Deborah é um anel de diamantes da Tiffany's no dedo ha 1 mês.
Também não serei hipócrita em dizer que achei justo o que iria pagar. 80 reais. "Mas tudo bem, deve ser divertido", pensei antes de comprar a entrada. Pra piorar, da mesma forma que nada li sobre o espetáculo, também não me antecipei. Consegui chegar 1h antes ao teatro e comprar 2 lugares em uma das últimas fileiras. Só isso já é motivo de comemoração. Sempre estou atrasada. Podia não conseguir entrar.
Lá dentro, o atraso de 28 minutos me cansou um pouco. Havia levantado cedo para trabalhar. Estava fora de casa desde às 7 da matina e já eram 9h28 da noite quando o espetáculo começou. Aquele sinal não parava de apitar na minha cabeça. O que até me faria desistir, se não fosse por um motivo: o cartaz da bilheteria dizia que Mais uma vez amor era uma produção de Deborah Secco.
Isso foi uma grande surpresa pra mim e motivo de interesse. Que projeto era esse? Quais outros a empresa dela estava trabalhando? Era uma produtora, ou ela havia virado PJ para conseguir recursos e colocar a história na estrada? Cabeça a mil antes do espetáculo. E todas as perguntas não respondidas até agora. Mas isso me mostrou um lado que desconhecia da atriz. Como se conhecesse suas outras fachadas. Pra se ter uma idéia do meu nível de conhecimento sobre Secco, antes de escrever esse texto, digitei no google o nome dela para não o escrever errado, por que aí era burrice. No mais, continuo sem saber inclusive qual método ela utilizou para colocar o silicone, algo que um dia ainda ei de saber. Mas voltando ao espetáculo...
Deborah e Erom trabalham muito bem o tempo todo. O timming é perfeito. Não há improviso. Houve ensaio e isso é muito legal - levando em consideração que se tivesse que enquadrar tal espetáculo em alguma categoria, mesmo a contra-gosto, deveria ser no de comédia romântica, e esses amam o improviso.
Uma outra surpresa quando as cortinas se abrem. Além dos atores, o palco é, na verdade, formado por 3 grandes telas com imagens que ajudam a contar a história. E como a enriquecem. Eu perdi a primeira informação logo de cara. Estava distraída passando o olho por todo o cenário e pensando se ali seria mais um meio de Deborah mostrar quão boa era a forma dela. (ainda não rolou Playboy) E se iria jogar tempo e dinheiro fora. Sorte minha que a pessoa ao meu lado não pensava tanto quanto eu. A info que perdi era o ano: "1970". E isso foi o start que precisava para entender que o espetáculo iria oferecer muito mais do que a encenação dos dois atores.
Fugindo completamente do tema... puta que pariu pro Erom Cordeiro. O cara está com o corpo lindo. Um dia antes fui assistir Amor a toda prova e em uma cena, quando o cara tira a camisa, a menina se recusa a tirar o vestido. Ela fica chocada com o abs dele e pede para tocar. Deu vontade de levantar a mão e perguntar: "posso tocar?" Não é exagero. Fiquei impressionadíssima. Sempre que ele arrancava a camisa eu me surpreendia. Os homens podem não entender, mas músculo é algo que a maioria tem em excesso ou falta. Ele tem na quantidade certa e em todo o corpo. Inclusive costas.
Mas deixa eu voltar pra realidade e continuar falando do motivo que me fez escrever tal texto. As perguntas: "você gostou?" e "vale a pena?" são sempre uma pegadinha pra mim. E como rolou pegadinha nas últimas 24h... Eu, faço uma cara meso meso e deixo pra lá. Pra mim, mais do que valeu a pena. Me surpreendeu. Eu não tinha nenhuma expectativa quando ao que veria. Não havia um pré-conceito formado. Nem o nome, que me soava familiar, saberia dizer se o era. E por que surpreendeu:

  • Deborah Secco, produtora?
  • Cenário como ambiente transformador e integrante da história
  • Uso de vídeo com cenas históricas do país utilizados para ajudar a marcar o tempo, como também para compor a lacuna de tempo que os atores precisavam para trocar de figurino. E como enriqueceu a experiência
  • Deborah fez ballet! E não foi pouco tempo. As noções se tornam cada vez mais visíveis durante o espetáculo
  • Modo como interpretam o sexo com o passar do tempo para os personagens é muito legal. O desespero juvenil que dá lugar ao conhecimento, à maturidade.
  • Trilha sonora
  • O corpo de Erom Cordeiro - percebeu o artigo?
  • escolha das imagens, hora históricas, hora subjetiva
  • figurino
  • iluminação
  • texto
  • Os 5 minutos finais
  • cena do basta
Aí pergunto: gostou? Como responder. Se você não curte viajar na maionese como eu, em ver a subjetividade dos pequenos gestos, se não gosta de história, se fica desconfortável na frente de um casal semi nu, se não curte comédia romântica, posso te dizer que compensa? Como saber se você gosta dessas coisas? Não dá para andar com uma lista e dizer: se você respondeu sim para 5 das 10 alternativas, você faz parte do público alvo. 
Acredito que tem gente que percebeu um mundo bem diferente que eu e gostou. Ou gente que percebeu o mesmo e não curtiu.
O que posso dizer é: veria de novo. Mas eu gosto de ver algo mais de uma vez. De retornar com o pré-conceito e depois analisar se ele foi desfeito nessa segunda impressão.
Logo, não me pergunte se é bom ou ruim. Isso é muito pessoal, muito complicado, tem a ver com o mundo que construí e que me construiu. Com as informações que entendo como verdade, com os conceitos que assimilei pela vida. E como esses conceitos mudam de ser humano para ser humano, só tenho uma resposta. Ou você vê e cria sua resposta, ou você viverá o "se".

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Se a vida me ensinou alguma coisa é que nada se repete. Nossas experiências nos fazem ser quem você é naquele momento, mas não ajudam a enfrentar as situações mais ordinárias. Elas aparecem e você pensa. Ok. Faço como da outra vez e tudo vai dar certo. Seria tão simples se fosse assim. Mas não. Tem sempre o filho da puta do destino pra atrapalhar as coisas. Pra tirar a gente do modo automático - que nós ajustamos para conviver nesse mundo contemporâneo - e nos desprogramar.
O pior é que ele não faz isso de modo sorrateiro. Do jeito que pai e mãe fazem com a gente. Nos manipulam e quando vemos estamos em uma situação que não queríamos.
O destino curte é o reboot. Quando tudo parece ir bem, vem ele e te ranca o chão, a parede, a cadeira, o escoro. Te obriga a se posicionar sem tempo para processar.
Num primeiro momento, o modo segurança é ativado. É preciso reiniciar e enquanto isso acontece, você toca o barco. Faz o que precisa ser feito. Foda mesmo é hoje. Quando vê-se que memória e HD continuam ali, funcionando. Aí... é encontrar o chão. Esteja ele onde estiver. Como é a porra do destino. Não dá pra saber quando e onde está nosso encosto. Qual caminho que deve ser seguido. É hora de levantar e ir. Pra onde, como, por que? Isso a gente descobre é no meio, tropeçando, caminhando ainda que com ar pernas trêmulas, sem forças para ficar em pé. É preciso colocar a melhor roupa, usar o discurso que está tudo bem e deixar a vida te levar. Não há escolha. Não há opções paralelas. O jeito é se reprogramar de novo e tentar mostrar que você está ali. Como sempre, da mesma forma que antes. Funcionando de acordo com as expectativas de quando você ingressou aquela sociedade. Senão... não há essa opção.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mulher de fases

Até 2 meses atrás essa música lembrava minha adolescência. Impossível ouvir e não sorrir. Tempos felizes, simplistas, com problemas que hoje não mais existem ou não são mais considerados problemas. Raimundos era a banda que cantava - mais berrava - essa canção e eu amava. Com a internet nascendo no país, e eu sem o CD do grupo, me programava para ser o videoclipe 2x ao dia no top 10 da MTV.
Mas por que dizer até 2 meses atrás? A HBO lançou a série Mulher de Fases, produzida no sul do Brasil e que tem como trilha sonora principal - se não me enganho, única - a música com mesmo nome. Me apaixonei pela série e todas as versões que eles fizeram da melodia.
Também descobri uma nova região do país que produz vídeo com um ponto de vista bem diferente dos cariocas, mineiros e paulistas. Não sei explicar direito, mas as passagens de cena são diferentes, os diálogos, o comportamento.
Não que seja por que no sul as pessoas são diferentes, nada disso, pessoa é pessoa em qualquer lugar. Mas o olhar sobre a sociedade muda. E os gaúchos me surpreenderam.
Abaixo segue o clipe da música. Salve, salve, Youtube
E aqui um trecho da série. Espero que curtem os personagem como eu.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Black Swan


Em 2010, baixei o filme, mas quando comecei a ver deu uma preguiça… durante as férias de janeiro e a última semana do ano, mesmo quando não tinha nada pra fazer, preferi rever algo à assistir Cisne Negro. Ainda bem.
Não estava preparada para vê-lo. Precisava ser uma escolha do momento e não minha para que pudesse entendê-lo. Se isso é possível.
Em janeiro, fiquei impressionada com "Amor e outras drogas". Era até então o melhor filme que via há meses.
Black Swan recolocou muita coisa em perspectiva. Dá até para crer que Hollywood tem solução. De qualquer forma, o que impressionou foi mesmo o roteiro, direção, edição, estilo de filmagem…. O Lago dos cisnes ganhou uma versão completamente viva, contemporânea, e muito, mas muito perturbadora pisco e sociologicamente.
A performance de Natalie Portman é algo a parte. As cenas são densas, conturbadas e as reviravoltas da trama, surpreendem até mesmo aqueles que conhecem bem o livro, muito conhecido pelos amantes do ballet.
Uma fala em específico é falada mais de uma vês: "a única pessoa no seu caminho é você". Pode parecer algo simples, mas nós mulheres temos, estatisticamente falando, maior chance de autosabotagem. E esse é a parte que querendo eu ou não mais mexeu comigo.
Adoro um desafio. Eles animam minha vida e fazem com que eu viva, de alguma forma, no limite. Entretanto, como há sempre uma área em que nós vivemos focadas, é nessa área que os desafios nos ferram. Ou melhor, me ferram. Falar no plural é coisa de quem encaixa pessoas em perfis e pacotes - o que não é o meu caso.
E aí, mesmo não sendo essa a temática do filme, retornou em mim algo que ouvi durante terapia vários anos atrás: apenas se os setores de sua vida estiver balanceado você alcançará o equiibrio e reduzir o nível de insatisfação. Logo, deixo a vocês a pergunta que me assombra há anos. Como?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Terror

Só assim consigo definir a situação das famílias que estão em áreas ameaçadas de ruir em função das enchentes e deslizamentos de terra. E em uma situação, como a que vemos na região serrana do Rio de Janeiro, fico abalada em função de muito do que vi. E olha que não estou com a TV ligada acompanhando 24h por dia tudo o que acontece. Prefiro ler os jornais e sites. Mas vamos lá:
- solidariedade: pessoas saíram de suas casas no meio da madrugada para socorrer desconhecidos. Atravessaram bairros e arriscaram as próprias vidas em prol do outro. São nesses momentos que conseguimos ver como o homem consegue ser humano.
- desprezo: o governo culpa São Pedro, a população que ainda joga lixo nas ruas, mas após a temporada de chuvas, nada faz para prevenir que a situação se repita. As prefeituras se ocupam com o dia-a-dia administrativo de uma cidade e esquecem de planejar. Deixa que o próximo resolve. E aí centenas, milhares morrem e a culpa é da enconsta. Eu já estive na região devastada. Em momento algum, havia indícios de que quem ocupava a área a fazia ilegalmente. Por outro lado, parte da área devastada estava entre as mais valorizadas.
- culpados: quando as chuvas atingem a população de baixa renda, fica fácil dizer que a ocupação era irregular. Agora, quando atinge também os abasatados, o que os prefeitos fazem é colocar o rabinho entre as pernas e se esconderem dentro do armário até que o carnaval chegue e todos esqueçam o ocorrido. Sorte nossa, esse ano o carnaval é em março e ficar tanto tempo escondido é impossível. Será que na região serrana não aconteceu como no final de 2010 em BH, quando as autoridades preferiram não repassar o aviso à população? Em BH houve muito estrago, mas apenas 4 mortes. Nada que tirasse ninguém do cargo. A desculpa na época: "não queríamos trazer pânico à populaçao". E agora?
Se eu fosse um dos familiares dos vitimados no Rio de Janeiro, preferiria um pânico desnecessário caso a chuva resolvesse não cair a ter que enterrar irmãos, filhos, sobrinhos, amigos e pais.
- estudos: Existem centenas de mestrandos e doutorandos em campo recolhendo materiais para pesquisa nas mais diveersas áreas, das mais prestigiadas universidades. O resultado do trabalho deles não pode servir como auxílio ao trabalho das secretarias de meio ambiente ou qualquer outro orgão que defina quais regiōes tendem a ruim ou serem inundadas?
- Dor: essa não passa com a chegada do carnaval, da seca ou do ano seguinte. Essa nos acompanha eternamente. Ao lado dela está a lembrança daqueles que se foram. Que gostaríamos que estivessem perto, mas não mais estão. Culpa é outra companheira pela vida. Culpa por ter escolhido o lugar errado para passar as férias, por ter decidido ficar um dia a mais ou ter preferido ficar na cama enquanto chovia. Por não ter se mudado.Essa culpa não passa nunca por em alguns casos havia escolha e foi a decisão errada que causou a morte de toda uma família.
Gostaria de saber como dormem as autoridades que poderiam ter evitado tamanho desastre. É popssível chegar em casa e repousar a cabeça no travesseiro sabendo que no bairro ao lado há desenas de desabrigados e corpos não encontrados?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

bday

Alguns conhecem uma musicista da minha família. Mas na verdade, aqui o gene é bom. Esse é o Gustavo, 16 anos. Violeiro de mão cheia e canta como poucos. Requisitado por bandas de todo o centro-oeste mineiro.
Música é algo que vem há gerações. Antes achava que era do lado do meu avô. Eu o ouvi tocar violão desde criança. Um tio também toca, mas esse acredito que tenha aprendido para pegar a mulherada. Na juventude, ele conhecia tudo quando é moda de viola. Hoje... deixa pra lá.
E minha avó passa o dia cantarolando. Não me lembro de um dia sequer que tenha ido na casa dela nesses eternos 25 anos que ela não cantarole as mesmas músicas. Se dona Cota não cantar pode saber que algo muito errado aconteceu.
Quando os netos nasceram, veio outra leva de musicistas. Três feras em estilos em diferentes. Recentemente descobri a origem. Meu bisavô materno por parte de vó animava rastapés em Lagoa da Prata - MG. Havia alguém antes dele? Não sei. Mas quem sabe, um dia, não chega alguém, contando um caso de um homem que morava na Manga e que o pai, a mãe, alguém antes dele, da família também cantava! Nada se sabe ao certo mesmo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Consegui mudar meu fim de ano!!!!

Fim de ano é sempre irritantemente igual e isso me incomoda. Em 2010, não sei por que incomodou ainda mais. Precisava fazer algo para mudar isso, mas sem ferir as tradiçōes familiares seria difícil. Foi aí que a natureza deu o primeiro passo e as coisas começaram a mudar.
uma tempestade varreu Lagoa. Sério! Quando cheguei na cidade, as ruas pareciam as de uma cidade abandonada. Apenas folhas e galhos nas ruas. Carro, moto, bicicletas? Nenhuma. Nem gente na janela tinha. E olha que da entrada da cidade até a casa da minha mãe é preciso rodar meia cidade.
Quando cheguei para a ceia, a energia elétrica não havia voltado. Então a ceia foi a luz de velas. O clima ficou aconchegante e intimista ao mesmo tempo. E com isso, ela também foi breve. A entrega dos presentes aconteceu nos dias seguintes da forma que acho correta. Sem um ver quem está entregando o quê pra quem. Sem essa obrigação de dar presente para quem você não quer dar.
No dia seguinte, dia de natal, acordei cedo, fui pra cozinha, limpei, temperei o peru e enquanto ele marinava fui pro superemercado. Comprei algumas coisinhas que ainda faltavam para a sobremesa e voltei a tempo do almoço. Quem me conhece sabe que num dia sem trabalho, meu acordar cedo é lá pelas 9. Lavada a louça comecei a fazer meu creme. Quatro horas depois o creme ficou pronto. Nesse meio tempo o peru já estava no forno. Sobremesa pronta, peru no caminho certo e minha mãe na cozinha fazendo a banana ao molho de queijo que eu pedi. As 10 chegamos na casa da Laine.
Lembra quando eu disse que queria um natal sem mesas para servir, um violeiro e gente de bom papo? Foi isso que rolou. Nada de servir a ceia. Foi uma noite de descontração. Bate-papos animados na cozinha e jardim. Ana Raio e Zé Trovão na sala de TV. Música e quando a noite acabou... Ela na verdade estava apenas começando.
Bora pro Bora Bora com amigos e familiares ouvir uma banda desconhecida e 2 DJs fracos. Mas eu não estava ali por eles. Nunca estive. E olha que nos últimos 10 anos só faltei 2 vezes. Vou pelas pessoas que conheço, que fico conhecendo, pelas que amo e pouco vejo.
Já chego de havaianas, jeans e camiseta. Rodo o salão cumprimentando os que conheço e retorno para a pista. Como meu esquema é diversão e não pegação, me acabo na pista. Com direito a dancinhas geek e tudo o mais. Mato amigas de vergonha e quando canso, vou pra àrea externa ficar com os meninos. Eles zoam mais. São mais verdadeiros e não tem medo de passar vergonha. Bem... pelo menos esses não tem.
A noite só termina quando o dia aparece. Infelizmente, como dia 25 é feriado, a padaria estava fechada e não foi possível chegar com o pão quentinho. Mas conheci um primo, revi grandes amigos e vi o raiar do sol nascer na companhia de quem vale a pena. Isso é natal.
Presente: eu ganhei sorrisos. E fiz outros sorrirem também.
Também quebrei tradiçōes, fiz uma pessoa que nao gostava de Natal, se divertir.
Faltou alguma coisa: pra mim nada. Até consegui fazer meu irmão passar vergonha!

Vittini - episódio de hoje

Como o aromatizador de carro que a Villa Vittini enviou aqui pra casa chegou 2 dias antes do dia em que minha família comemora o Natal, só hoje pude devolver o "presente". Entreguei na loja do @BHshopping que é mais próximo de onde estava com o recado: "Ana, obrigada pelo presente, mas como nos últimos 3 anos ainda não vi melhora na quaildade do serviço ou dos produtos por vocês vendidos, não posso ficar com o aromatizador. Obrigada, A."
acredito que por uma questão de ética eu não posso aceitar nada deles. Volto a ressaltar que há 3 anos eu reclamei, briguei, fiz dezenas de ligaçōes e até seria ótimo terem trocado minha sapatilha e minha sandália. Mas isso não aconteceu. A sandália um sapateiro arrumou. Ficou ótimo. A sapatilha continua no meu guarda-roupa para eu não me esquecer que se comprar lá novamente, posso ficar novamente no prejuizo.
Logo, diretoria da Villa Vittini, o que quero não é pra mim. São para aqueles que continuam sendo lesados ao adquirirem um produto de vocês. Achava que até poderia ter mudado, mas após ver a sandália da minha tia, só fico triste por não terem melhorado no que é o mais importante hoje: o serviço. Lojas com menos prestígio fazem isso a mais tempo e melhor do que vocês. Será que não é hora de mudar?