"Instagram" é o twitter de 2011" disse o estilista Ronaldo Fraga ao iniciar o discurso que explicaria o tema Inspiração para o Minas Trend Preview primavera/ verão 2012. Mas é muito mais do que isso. Este ano vimos como o viral do mundo virtual (o que rola na internet) afeta o mundo real (esse em que você tem olfato). São detalhes que passam desapercebido à maioria. Vai desde Natalie Lamour, personagem vivida por Déborah Secco no folhetim global Insensato Coração, dizer "Se isso é estar na pior", citando Luiza Marilac de um vídeo que virou hit no youtube, à Christiane Torloni que dias após soltar um embriagado "hoje é dia de rock, bebe" durante entrevista - ao vivo - no festival de música Rock 'n Rio repetir o discurso agora como sua personagem no folhetim Fina Estampa.
Além das novelas, também assistimos ícones do jornalismo se mostrarem pessoas comuns, exporem pontos de vista, coisa até então absurda de ser feita em público. Chegamos ao ponto de ver o Jornal Nacional, o mais tradicional e prestigiado - segundo o Ibope - telejornal da TV Brasileira se transformar em um reality show com a saída da âncora Fátima Bernardes. É o voyerismo atingindo níveis nunca antes imagináveis.
No cinema, a moda é usar uma fotografia que apresente imagem lavada, como aquelas que criamos com o Instagram e tantos outros aplicativos de tratamento de imagem que surgiram em seguida e geram o efeito daquela foto que você tem guardada e que te traz tantas lembranças. "Um dia" é um dos longa-metragens que usaram essa técnica.
Não posso dizer todos, mas um grupo da sociedade - diferente do pensamento comum, sem sexo e idade - sabe identificar bem tais interações, pois são presentes em ambos os universos. Estão antenados não porque são estudiosos do assuntos e sim porque são o assunto. A verdade é que deixamos de ser assunto apenas quando aparecemos na capa dos jornais. Hoje, qualquer um estampa a primeira página dos mais diversos meios de comunicação, nas mais variadas partes do mundo. Só é preciso fazer algo no momento certo. Um algo que o diferencie dos demais e arraste multidões de interessados. Com isso não surgirá uma nova Fernanda Montenegro. Pode até acontecer. Mas como diz o ditado, o que vem fácil vai fácil, mais apropriado seria usar a palavra rápido. Mas deixa o ditado como ele está há séculos ou décadas. Antigo e atual.
Isso não muda o fato de que, se muito, no dia seguinte, o hit já seja outro. E também não altera o fato de que é eterno, pois hoje, tudo fica ali registrado em sua ficha digital, ou seria um diário aberto a quem quiser saber sobre você?
No best-seller 1984, que eu nunca terminei de ler por medo, todos são monitorados. Ao ler a ficção científica, parece que ainda estamos longe de tudo isso, mas é só olhar atentamente à sua volta para perceber que hoje sabemos muito mais sobre o outro do que o próprio, que tal situação não tem volta e por mais que você diga "comigo isso não acontece. Eu não tenho Facebook, saiba que você está sim no sistema e nas redes sociais. Se não postado por você, pelos seus amigos, pela empresa na qual trabalha e até pelo governo. Você está ali e com um pouco de conhecimento qualquer um consegue te achar.
Agora é esperar 2012 e ver o que mais vem por aí. Aposto nos localizadores pessoais. Tipo um GPS que te mostra no mapa para todos. Mas como toda aposta, tenho 50% de chance de estar errada.
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