sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Terror

Só assim consigo definir a situação das famílias que estão em áreas ameaçadas de ruir em função das enchentes e deslizamentos de terra. E em uma situação, como a que vemos na região serrana do Rio de Janeiro, fico abalada em função de muito do que vi. E olha que não estou com a TV ligada acompanhando 24h por dia tudo o que acontece. Prefiro ler os jornais e sites. Mas vamos lá:
- solidariedade: pessoas saíram de suas casas no meio da madrugada para socorrer desconhecidos. Atravessaram bairros e arriscaram as próprias vidas em prol do outro. São nesses momentos que conseguimos ver como o homem consegue ser humano.
- desprezo: o governo culpa São Pedro, a população que ainda joga lixo nas ruas, mas após a temporada de chuvas, nada faz para prevenir que a situação se repita. As prefeituras se ocupam com o dia-a-dia administrativo de uma cidade e esquecem de planejar. Deixa que o próximo resolve. E aí centenas, milhares morrem e a culpa é da enconsta. Eu já estive na região devastada. Em momento algum, havia indícios de que quem ocupava a área a fazia ilegalmente. Por outro lado, parte da área devastada estava entre as mais valorizadas.
- culpados: quando as chuvas atingem a população de baixa renda, fica fácil dizer que a ocupação era irregular. Agora, quando atinge também os abasatados, o que os prefeitos fazem é colocar o rabinho entre as pernas e se esconderem dentro do armário até que o carnaval chegue e todos esqueçam o ocorrido. Sorte nossa, esse ano o carnaval é em março e ficar tanto tempo escondido é impossível. Será que na região serrana não aconteceu como no final de 2010 em BH, quando as autoridades preferiram não repassar o aviso à população? Em BH houve muito estrago, mas apenas 4 mortes. Nada que tirasse ninguém do cargo. A desculpa na época: "não queríamos trazer pânico à populaçao". E agora?
Se eu fosse um dos familiares dos vitimados no Rio de Janeiro, preferiria um pânico desnecessário caso a chuva resolvesse não cair a ter que enterrar irmãos, filhos, sobrinhos, amigos e pais.
- estudos: Existem centenas de mestrandos e doutorandos em campo recolhendo materiais para pesquisa nas mais diveersas áreas, das mais prestigiadas universidades. O resultado do trabalho deles não pode servir como auxílio ao trabalho das secretarias de meio ambiente ou qualquer outro orgão que defina quais regiōes tendem a ruim ou serem inundadas?
- Dor: essa não passa com a chegada do carnaval, da seca ou do ano seguinte. Essa nos acompanha eternamente. Ao lado dela está a lembrança daqueles que se foram. Que gostaríamos que estivessem perto, mas não mais estão. Culpa é outra companheira pela vida. Culpa por ter escolhido o lugar errado para passar as férias, por ter decidido ficar um dia a mais ou ter preferido ficar na cama enquanto chovia. Por não ter se mudado.Essa culpa não passa nunca por em alguns casos havia escolha e foi a decisão errada que causou a morte de toda uma família.
Gostaria de saber como dormem as autoridades que poderiam ter evitado tamanho desastre. É popssível chegar em casa e repousar a cabeça no travesseiro sabendo que no bairro ao lado há desenas de desabrigados e corpos não encontrados?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

bday

Alguns conhecem uma musicista da minha família. Mas na verdade, aqui o gene é bom. Esse é o Gustavo, 16 anos. Violeiro de mão cheia e canta como poucos. Requisitado por bandas de todo o centro-oeste mineiro.
Música é algo que vem há gerações. Antes achava que era do lado do meu avô. Eu o ouvi tocar violão desde criança. Um tio também toca, mas esse acredito que tenha aprendido para pegar a mulherada. Na juventude, ele conhecia tudo quando é moda de viola. Hoje... deixa pra lá.
E minha avó passa o dia cantarolando. Não me lembro de um dia sequer que tenha ido na casa dela nesses eternos 25 anos que ela não cantarole as mesmas músicas. Se dona Cota não cantar pode saber que algo muito errado aconteceu.
Quando os netos nasceram, veio outra leva de musicistas. Três feras em estilos em diferentes. Recentemente descobri a origem. Meu bisavô materno por parte de vó animava rastapés em Lagoa da Prata - MG. Havia alguém antes dele? Não sei. Mas quem sabe, um dia, não chega alguém, contando um caso de um homem que morava na Manga e que o pai, a mãe, alguém antes dele, da família também cantava! Nada se sabe ao certo mesmo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Consegui mudar meu fim de ano!!!!

Fim de ano é sempre irritantemente igual e isso me incomoda. Em 2010, não sei por que incomodou ainda mais. Precisava fazer algo para mudar isso, mas sem ferir as tradiçōes familiares seria difícil. Foi aí que a natureza deu o primeiro passo e as coisas começaram a mudar.
uma tempestade varreu Lagoa. Sério! Quando cheguei na cidade, as ruas pareciam as de uma cidade abandonada. Apenas folhas e galhos nas ruas. Carro, moto, bicicletas? Nenhuma. Nem gente na janela tinha. E olha que da entrada da cidade até a casa da minha mãe é preciso rodar meia cidade.
Quando cheguei para a ceia, a energia elétrica não havia voltado. Então a ceia foi a luz de velas. O clima ficou aconchegante e intimista ao mesmo tempo. E com isso, ela também foi breve. A entrega dos presentes aconteceu nos dias seguintes da forma que acho correta. Sem um ver quem está entregando o quê pra quem. Sem essa obrigação de dar presente para quem você não quer dar.
No dia seguinte, dia de natal, acordei cedo, fui pra cozinha, limpei, temperei o peru e enquanto ele marinava fui pro superemercado. Comprei algumas coisinhas que ainda faltavam para a sobremesa e voltei a tempo do almoço. Quem me conhece sabe que num dia sem trabalho, meu acordar cedo é lá pelas 9. Lavada a louça comecei a fazer meu creme. Quatro horas depois o creme ficou pronto. Nesse meio tempo o peru já estava no forno. Sobremesa pronta, peru no caminho certo e minha mãe na cozinha fazendo a banana ao molho de queijo que eu pedi. As 10 chegamos na casa da Laine.
Lembra quando eu disse que queria um natal sem mesas para servir, um violeiro e gente de bom papo? Foi isso que rolou. Nada de servir a ceia. Foi uma noite de descontração. Bate-papos animados na cozinha e jardim. Ana Raio e Zé Trovão na sala de TV. Música e quando a noite acabou... Ela na verdade estava apenas começando.
Bora pro Bora Bora com amigos e familiares ouvir uma banda desconhecida e 2 DJs fracos. Mas eu não estava ali por eles. Nunca estive. E olha que nos últimos 10 anos só faltei 2 vezes. Vou pelas pessoas que conheço, que fico conhecendo, pelas que amo e pouco vejo.
Já chego de havaianas, jeans e camiseta. Rodo o salão cumprimentando os que conheço e retorno para a pista. Como meu esquema é diversão e não pegação, me acabo na pista. Com direito a dancinhas geek e tudo o mais. Mato amigas de vergonha e quando canso, vou pra àrea externa ficar com os meninos. Eles zoam mais. São mais verdadeiros e não tem medo de passar vergonha. Bem... pelo menos esses não tem.
A noite só termina quando o dia aparece. Infelizmente, como dia 25 é feriado, a padaria estava fechada e não foi possível chegar com o pão quentinho. Mas conheci um primo, revi grandes amigos e vi o raiar do sol nascer na companhia de quem vale a pena. Isso é natal.
Presente: eu ganhei sorrisos. E fiz outros sorrirem também.
Também quebrei tradiçōes, fiz uma pessoa que nao gostava de Natal, se divertir.
Faltou alguma coisa: pra mim nada. Até consegui fazer meu irmão passar vergonha!

Vittini - episódio de hoje

Como o aromatizador de carro que a Villa Vittini enviou aqui pra casa chegou 2 dias antes do dia em que minha família comemora o Natal, só hoje pude devolver o "presente". Entreguei na loja do @BHshopping que é mais próximo de onde estava com o recado: "Ana, obrigada pelo presente, mas como nos últimos 3 anos ainda não vi melhora na quaildade do serviço ou dos produtos por vocês vendidos, não posso ficar com o aromatizador. Obrigada, A."
acredito que por uma questão de ética eu não posso aceitar nada deles. Volto a ressaltar que há 3 anos eu reclamei, briguei, fiz dezenas de ligaçōes e até seria ótimo terem trocado minha sapatilha e minha sandália. Mas isso não aconteceu. A sandália um sapateiro arrumou. Ficou ótimo. A sapatilha continua no meu guarda-roupa para eu não me esquecer que se comprar lá novamente, posso ficar novamente no prejuizo.
Logo, diretoria da Villa Vittini, o que quero não é pra mim. São para aqueles que continuam sendo lesados ao adquirirem um produto de vocês. Achava que até poderia ter mudado, mas após ver a sandália da minha tia, só fico triste por não terem melhorado no que é o mais importante hoje: o serviço. Lojas com menos prestígio fazem isso a mais tempo e melhor do que vocês. Será que não é hora de mudar?