Dia complicado. Acordei atrasada e garrei mais ainda por viver onde vivo [ou durmo como diz minha família]. Tem momentos que penso que seria melhor ir morar sozinha. Pelo menos seria mais prático viver na cidade quando se é um pedestre. Mas também não acho que isso justifique eu sair de casa. Preciso vencer as consequências dos meus atos e não criar uma forma de burlá-las...
Mas vamos lá. Saí de casa com um cansaço imenso. Parei no Kalua e pedi um Mocca Misto Grande fantástico. Foi perfeito pr’eu acordar e desceu muito bem com o croissant napolitano, mesmo que eu tenha pedido um de frango!
O trabalho 1 foi meio chato. Ando tendo problemas com minha equipe. As vezes, até pelo fato de ter ficado cada dia menos tempo ao lado deles. Preciso mudar minha estratégia com eles. A questão é que considero duas pessoas como integrantes da equipe e o restante colaboradores já que não tenho condições de cobrar compromisso e qualidade deles como tenho desses dois. Outro detalhe: existem escolhas que tomo por considerar estratégicas que eles discordam, mas também não sabem e nem precisam saber de tudo o que acontece. Acho que deixei a coisa solta demais e estou sofrendo os efeitos colaterais de não saber administrar bem a equipe. Também é muita coisa: preciso definir pauta, acertar motorista, lutar por um cinegrafista, passar horas discutindo o porque de entrevistar duas pessoas e não uma em uma pauta. A continuidade da pauta. A montagem e edição. A finalização do programa. Tudo tem que passar por mim e ainda tem um encosto que faz de tudo pra atrapalhar. Sabe quando diz que matamos um elefante por dia? Lá tem parecido que eu tenho feito isso. E o pior é que não dá para conversar sobre isso.
Se eu pensasse em qualidade de vida com certeza sairia de lá e teria mais tempo livre. Mas amo saber o que pode ser feito. o futuro. Hoje, li que somos matéria do sonho e por isso eu devo estar nessa fase. Tem também o fato de estar em um momento diferente em minha carreira com vídeo. Uso essa fase para fazer o diferente. Não quero o comum. Não tenho condições de fazê-lo. Muito menos estrutura. Mas quero algo bem feito. Preciso disso. Entenda que trabalho é minha vida. Saio de casa às 6:30 e retorno às 21:00 sem ter tempo para almoçar. Isso sem contar que quando estou fora preciso estudar para a pós. Ou seja... cerveja! rs... na verdade, nesse rítmo perdi inclusive o fim de semana. Ok que há 4 anos já trabalhava aos sábados; que por 1,5 anos eu chegava a trabalhar, além do final de semana todo, algumas madrugadas, mas eu tinha uma estrutura mínima. Uma equipe que estava comigo para fazer dar resultado. Alguém que comprava a briga comigo. Hoje, tenho o que luto ou negocio pra ter. É como brincar de cabo de guerra, só que ando puxando a corda sozinha e há um tempão. Me manter posicionada tem cansado. Desgaste físico e psicológico. É ruim sentir que só eu me importo. E isso antes do meio dia.
Peguei o ônibus para o trabalho 2. Hora do almoço, atraso, enjôo de fome e estresse, parada para um telefonema resolver uma odd situation e pegar coisas para comer. Cheguei lá e mesmo morrendo de raiva por algo que rolou no início da noite e que já reclamei duas vezes e não muda, parecia estar no paraíso. O dia acabou morrendo aí. Tinha umas fotos pra tirar, mas acabaram me tirando do trabalho. A princípio fiquei meio chateada porque curto estar por dentro de tudo, mas no fim foi bom. Cheguei em casa mais cedo. Tive uma daquelas reuniões “discutir o relacionamento” entre família e aí pude conversar com minha mãe, com quem não falava há uma semana e com uma amiga que só quando ouvi a voz dela percebi como estava com saudades...
Agora estou vendo House. Queria ter vontade de fazer alguma coisa. Tinha que ir na feira, tinha que ligar, tinha tanto, tenho tanto e na verdade to aqui. Num momento bem mulherzinha... esparramada no sofá sem prestar muita atenção na TV, digitando sem parar e pensando o que penso todos os dias desde que me entendo por gente e que após o término da faculdade ficou muito mais forte: o que vou ser? O que vou fazer? é isso?
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