terça-feira, 30 de outubro de 2007

socorro!!!

Este final de semana eu passei por um ritual de libertação. É que fui a um show, fiquei na pipoca e choveu. Não choveu gotinhas. Foi um verdadeiro dilúvio. Daqueles que os raios se multiplicavam no céu. Eu não sei como você enfrenta isso, mas eu quase tive um treco. Dizem que tenho TOC, mas prefiro acreditar que é uma preservação de espaço pessoal. Não dá pra ficar aceitando que as pessoas fiquem pegando uma nas outras -não tô dizendo no bom sentido-sem motivo nenhum. Nem higiênico é!
Não foram as melhores duas horas da minha vida. Mas também não foram as piores. Por isso que eu digo que passei por um processo de libertação, pelo menos naqueles 150 minutos. Depois do ataque inicial, consegui não sentir mais as pessoas encostando os braços suados em mim e pude curtir o show. Eu e minha irmã zuamos muito e no final posso dizer que foi legal a chuva porque se não chovesse. Até meu tênis ter ficado encharcado com água, bebidas e urina valeu a pena.
O lado negativo é que agora posso dizer que estou realmente obssessiva. A fase de libertação instantânea foi ótima. Durou os minutos que precisavam durar pr'eu não estragar a festa de todos. Agora é reconhecer que eu talvez tenha mesmo um TOC e andar sempre com um gelsinha anti-séptico.
Estranho como essas coisas ficam. Há um ano eu fiquei como estou hoje, aneurada. E aí até comer se torna um problema afinal, você já viu as estatísticas sobre as cozinhas?
Foi durante uma viagem a trabalho que mexeu muito comigo, que tive que beber uma água que nem sabia se filtrada era senão ficaria mal pra mim e para a equipe que eu acompanhava. Fiquei bem estranha nos dias que se seguiram. Esse incomum não é aparente, como o TOC também não é. Eu fico apenas prestando atenção em tudo em mim a procura de alguma coisa. Só quem convive muito de perto percebe como um chup chup, um copo lagoinha ou uma piada grotesca podem me afetar. E afetam de uma forma tão extraordinária que me faz ficar cada dia mais interessada no psíquico das pessoas.

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