segunda-feira, 24 de novembro de 2008

não podia deixar essa frase fora

 

IFY terminou com a frase: “filho é o aborrecimento opcional o resto é acidentalDomingos – psicanalista

Nem tudo se aplica em 100% dos casos. Na frase acima então o que mais temos são aborrecimentos opcionais acidentais andando nas ruas. Eu mesmo sou uma mostra disso. Como a maioria dos aniversariantes de novembro. rs...

domingo, 23 de novembro de 2008

já datado


backstage de gravação é assim. Uma correria, salas pequenas de dezenas de pessoas. Quando você vê o trabalho pronto, em sua TV, mesmo sendo da área é difícil mensurar o número de pessoas que trabalharam para ele ficar pronto. Esse dia tinha tudo para ficar complicado. Cerca de 60 crianças de 3 à 18 anos participaram do projeto. Sem contar as não sei quantas mil que lotavam o espaço da gravação e do templo principal. Trabalhar com criança não é algo fácil. Elas tem o tempo delas e isso precisa ser respeitado. Tudo é feito com mais cuidado. E nesse dia, já com o horário de gravação atrasado por problemas técnicos que é sempre normal houve ainda três quedas de energia elétrica. Quando ouvir o "ao vivo" pode ter certeza que nesse projeto tem pessoas comprometidas. Principalmente as crianças que fizeram o que podiam e não podiam para participarem do projeto. Sofia, a garota de blusa rosa estava um stress só por causa dos cachinhos que ela tanto queria mas o cabelo preferiu ser gravado liso. rs...
Se um dia você a encontrar peça para que conte seu testemunho. Ele é lindo e ela conta com tanta emoção, caras e bocas que fica ainda mais lindo. 

sábado, 22 de novembro de 2008

três ao cubo - o primo perfeito

Fiz 27 anos. Repensando tudo o que programei em minha vida, nada passava dos 23 quando me formava. E até hoje não tem nada programado. Algumas coisas é perfeitamente agendável. Outras... nem com um perfeito plano de 5 anos que não dependa de ninguém. O que significa dizer que você é uma ilha em um oceano que não se move. Nem milímetros.
Este ano, pela primeira vez quis comemorar meu aniversário. A primeira vez mesmo. Acho que é o momento. Depois de um tempo angustiada e triste tendo a certeza de que este seria um dos piores anos de minha vida houve uma mudança de 180 graus e os sentimentos mudaram em mim. Aí a sensação de celebrar o momento com meus amigos. Não o fato de ficar mais velha, mas de ter finalizado mais um capítulo de minha história da qual eles fazem parte e por isso os queria presente. O fato de ser uma data impar a deixa melhor ainda pra mim que não curto os números pares. Ser um número primo elevado ao mesmo primo é muito legal. Combinou com a mudança. Também é a metade do sexto ano, o que segundo a religião cristã estaria eu no momento de descanso. Para que no próximo ano a colheita seja fantástica. E no fim das contas posso contar sempre com o ditado que diz: "se tudo der errado viro hippie e passo o dia fumando maconha." rs...

Percausos da vida

Entre os livros que li este ano alguns me chamaram a atenção. "Se eu vivesse minha vida novamente" e "Uma vida inventada" principalmente, pois ambos falam no fim das contas da mesma coisa: como acontecimentos que parecem errados, complicados, dolorosos, contravensores, intensos fazem de nós os protagonistas de nossas vidas. E as vezes as palavras sábias vem de onde menos esperamos. É comum ouvir que a sabedoria vem com a idade, mas as crianças também tem muito o que ensinar afinal elas não medem ou pensam duas vezes antes de dizer nada e foi uma que me disse: "se for pecar, que peque direito". Claro que as contravenções tem consequências diferentes para nós, mas Deus as pesará da mesma forma. Assim, porque tentar viver uma vida sem grandes acontecimentos, pensando sempre na opnião alheia e esquecendo que este é o seu momento de mudar as coisas, de fazer a diferença. E um pode mudar. Em novembro eu conheci Flordelis, uma carioca que adotou 43 crianças, hoje tem ajuda de artistas para conseguir aparecendo na mídia e mantendo seu trabalho por meio de doações. Mas nem sempre foi assim. As primeiras crianças chegaram em sua casa quando ela morava em um barraco com o marido e três filhos. Um tempo depois, com a Chacina da Candelária - +-15 anos atrás - na verdade logo após a chacina a casa que antes tinham 5 e depois passou a ter 10, de repente passou a viver 39. Só crianças eram 37, 14 com menos de um ano de idade. O governo só descobriu a existência de Flor, das crianças e das condições em que viviam 9 meses depois. Para não perder os filhos ela fugiu quando o ministério público ordenou que ela devolvesse as crianças. Passou 4 meses na rua, correndo de uma casa para outra até que conseguiu ajuda. A história de Flor, a força de vontade dela em seguir em frente mesmo enfrentando toda a sociedade e ficando sozinha, sem o apoio dos amigos ou da família é linda e merece reconhecimento. Agora quem merece realmente ser ouvido sã as crianças que são cuidadas por elas. A maioria foi abondonada pela família. Não apenas pai e mãe, mas avós, tios, primos que optaram por não terem "mais um problema em sua vida". Uma das garotas que conversei, de 13 anos, tem 5 irmãos. Dois estão com tios que ela não sabe onde vivem. Outras duas vivem com ela na casa da Flor. Uma tem 3 e a outra quase 2 anos de idade. A mais nova parece ter nascido enquanto a família vivia nas ruas. Mas a garota não consegue se lembrar de tudo com detalhe. Sabe que a casa foi incendiada por traficantes que cobravam uma dívida do pai. A mãe sumiu levada pela polícia, mas não está presa. Mesmo demostrando estar feliz e integrada na casa ela ainda chora e clama para que a mãe apareça para dizer apenas que está bem. E eu prefiro nem contar as experiências que essa garota viveu enquanto estava nas ruas.
Outra, 9 anos, vive com uma irmã de 12 na casa de Flor, foi parar lá há 1 ano. Um ano depois que a mãe morreu. O pai chegou a conclusão que não teria condições de criar as filhas. A avó encontrou então a casa da Flor e as deixou lá. No início o pai aparecia há cada 15 dias e levava as garotas para passear. Há 6 meses ele deixou de ir. Os soluços quando ela começa a contar a história é de partir o coração. A necessidade de carinho e atenção dessas crianças é enorme. Quando saio de matérias assim vejo como minha vida foi fácil. Quando leio sobre a vida de Maitê Proença percebo como precisamos atravessar as adversidades, aprender com elas e seguir em frente tentando ajudar ao máximo quem está vivendo aquela situação. Afinal, essas experiências são terríveis de serem vividas. Por crianças que deveriam sonhar em serem superhomens ou modelos sonharem com comida, carinho, e em não serem abusadas chega a um nível de perversão humana que fingimos não existir. Deve ser uma das formas egoístas - que Nietzsche tanto gosta de falar em seus livros como "Ecce Hommo" - de sonhar que vivemos em nossos perfeitos universos e que não ter o último modelo daquele produto é o nosso maior problema.
Ver o outra lado da realidade não é fácil. Conviver com ela também não, mas é o melhor que pode nos acontecer. Pelo menos pra mim, toda vez que saio para fazer um trabalho e converso com pessoas que vivem com tão menos do que nós e curtem mais a vida, os pequenos detalhes, porque no final das contas são as coisas do dia-a-dia que fazem a diferença. Uma amiga minha escreveu um texto um dia desses falando de como as pessoas não olham o lado emocional quando param para fazer o balanco anual. Enquanto lia o texto fui pensando em meu ano. Minha conclusão é que este foi um excelente ano para mim como pessoa. Cresci muito. Eu falar assim parece presunção até porque fui despedida, não tenho perspectivas de futuro, mas acho que estou mais calma, mais positivista. Claro. continuo acreditando cada dia menos na sociedade, mas tenho visto que eu posso fazer a diferença, que preciso vencer meus mamutes e estou me sentindo cada dia mais forte para poder enfrentá-los.
Quando vier um problema não trave. Pare e pense em como passar por ele e como ele te ajudará no futuro. Aos 12 anos fiz curso de modelo e manequim porque minha mãe queria e hoje as noções que adquiri 15 anos atrás ajudam em meu trabalho. Um ano depois fiz um curso de tapete arraiolo e de artesanato envolvendo culinária. E no meu primeiro estágio esses conhecimentos me ajudaram a facilitar meu trabalho e a quem o acompanhava entendiam melhor o que tentávamos ensinar. Porque em 5 minutos ninguém aprende a fazer um sabonete. rs...

domingo, 9 de novembro de 2008

o combinado não sai caro

você já parou e pensou no que rola quando você resolve aceitar algo que se convence de que vai ser legal, mas sabe que está entrando em uma fria??? Digo: por mais que pareça proveitoso, uma hora ou outra a coisa muda e aí a realidade que você tanto evitava vem à tona. Também pode ser TPM. vá saber.
Pode ser a pressão da família, a minha, a idade que está chegando, não sei o que é. Na verdade até sei mas não tô afim de dizer.
O que incomoda é a realidade. Chega um ponto em nossa vida que se torna impossível fugir dela e temos que enfrentar os problemas de frente.
Eu cheguei nesse momento. Até fui bem sucedida. Por anos consegui fugir deles, me esconder atrás do que faço bem e deixar os traumas ali para um dia serem tratados. Mas aí... vem a vida e bagunça tudo que não estava dando tão certo, mas que ia indo igual casamento por conveniência. É difícil, mas dá pra fazer. rs...
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terminei de ler um livro meio biografia que é  fantástico. Lendo ele me identifiquei com uma série de questões que me levaram a pensar no passado. Na morte do meu pai, em como lidei com a situação, em como as crianças enfrentam a morte e a questão de se entregar à vida.
Eu tenho muito cuidado com as decepções e por isso não me entrego a nenhum tipo de emoção. Me abrir, só com quem confio. No mais brinco, zouo e desvio o assunto antes dele chegar em mim. Fiquei até muito boa nisso. O que acaba fazendo que cada um pense uma coisa de mim. Acho que justamente porque são poucos que realmente me conhecem e sabem quem eu sou.

lendo o livro tive muita inveja da autora em como ela se entregou à vida. Às experiências sexuais e espirituais que tanto deixo de lado. fazê o quê? É a maldita criação cristã de represssão que nossa sociedade cuida dos filhos. Posso dizer que se existe a outra metade da laranja, a minha é Maitê Proença. rs...