quarta-feira, 10 de abril de 2013

Quem me representa?

Marcos Feliciano não me representa. Isso eu sei, mas aí penso: quem me representa? Qual político municipal, estadual, federal atua em meu favor hoje? Por mais que simpatize por alguns, não elegi nenhum correspondente meu direto. Do tipo que eu e ele compartilhamos os mesmos valores. Isso pode significar falta de conhecimento sobre os políticos brasileiros. O que não deixa de ser verdade, mas pior do que isso. Minha constatação é fruto da descrença que existe em relação aos políticos brasileiros.
No princípio da semana, Feliciano falou que renunciaria à presidência se Genuíno também abdicasse do cargo. Fiquei super feliz com a ideia. Se incluísse o Renan no meio, eram 3 lixos pelo preço de um saindo de linha. A dream come true...

Mas se tivesse que escolher quem me representa, é importante que essa pessoa:

  • Lute pela classe trabalhadora
  • Valorize a cultura
  • Entenda a cidade como elemento vivo e em constante transformação
  • Abrace a modernidade
  • Reconheça o valor da tradição
  • Defenda o direito do outro sempre
  • Inove
  • Dê valor à solidariedade, ao coletivo, ao outro
  • Seja destemido (a) e correto
Meu nome é Angélica, tenho terceiro grau completo, uma pós que não pretendo encerrar, sou proletariada, hetero, mineira, branca com descendência africana, italiana, portuguesa e indígena, esquerdista por opção, e não há nenhum político no Brasil que me representa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O borbulho passou. O sono voltou. O nada veio. Há cinzas por todo lado. O brilho do sol, a cabeça a mil, as noites em claro, os pensamentos latentes, ... jaz. Fenix ainda não ressurgiu. Está perdida no mundo de possibilidades dos sonhos e não encontra o túnel da realidade.  

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Finjo não doer

Estão me manipulando e finjo não ver afinal o que os olhos não vêm o coração não sente, não estou certa? Bem provável que esse seja o ditado popular mais errado do universo.
Porque no fim do dia os olhos que insistem em permanecer abertos são os meus. A cabeça que não consegue desligar é a minha e a raiva latente consome minha energia.
Meu meu meu meu meu meu meu meu meu
Parece egoísmo, mas a verdade é que existem coisas que a gente precisa fazer pra se reconhecer como indivíduo. Pra nos afirmar como ser de vontade e desejos, de sonhos e esperanças. Quando tudo é definido pelo coletivo, o futuro de um morre. Viramos escravos do progresso da sociedade e o único deixa de existir.
Eu preciso é da Bahia. de axé. do reggae.
Tenho que romper as amarras sociais. Me libertar do capitalismo que me enraiza e só me deixa ver o sol, mas não toca-lo. Quero ser queimada, torrada, transformada em pó, em um nada para, quem sabe, renascer fenix.

sábado, 29 de setembro de 2012

50 tons de cinza. Sério??? Tá mais pra cinza

Me interessei por "Cinquenta tons de cinza" no dia em que li uma nota no IMDB sobre o número de atores que estavam fazendo testes para participarem da produção baseada no livro, nos Estados Unidos. Normalmente evito ler esses livros super mercadológicos. Mas quando eles ultrapassam uma barreira invisível e se tornam fenômeno, me sinto obrigada a ler para ter uma opinião formada sobre o assunto. 

Para isso, não li críticas, crônicas ou reportagens sobre o mesmo antes de ler primeiro. Só o burburinho já me havia convencido a ler. Ouvi de "leia com um OB" até "Chorei no fim". Se fosse ler o que os outros pensam sobre o mesmo, meu olhar sobre a obra provavelmente não seria a de agora.

Verdade ou mito, o relacionamento de Ana e Christian segue a mesma linguagem de Edward e Bella - personagens da saga Crepúsculo, do qual ouvi dizer ser a autora muito fã -. Se for verdade, isso explica muita coisa. Ana e Bella são puras, desastradas. Edward e Christian maravilhosamente irresistíveis, misteriosos e protetores. Até a fala "você deveria ficar longe de mim" tem em ambas trilogias. Rialto quando li isso no livro. E ele também fala isso quando ela está em uma situação de "risco". Inspiração? Cópia? Não sei dizer. E Jake pode ser José ou Ethan. Torço para ser o segundo, que aparece em 2 páginas do livro. Mas já é suficiente pra saber que é uma história que pode render.

Eu esperava mais de 50 TDC. Pra começar, não sei se devo dizer que o livro seja erótico. Tem anime bem mais pesado por aí. Ele é repetitivo. Com o passar das páginas, começa a ficar cansativo. É a repetida história: Ana fala sobre seus sentimentos e na hora de confrontá-lo, ela se deixa levar pelas novas experiências sexuais.

Acredito que por Grey ser um Zeus do sexo - Afrodite soaria estranho - ele é o atual sonho de consumo de qualquer mulher. Mas só isso não é o suficiente.

De resto, não consigo ver o que Mr. Grey tem de tão fantástico que tem mulher querendo terminar relacionamento pra sair a procura da ficção. Desde quando um homem fechado, extremamente traumatizado, arrogante e mandão virou o sonho de vida da mulher contemporânea? Sério. Isso eu não consigo entender.

E nem dá pra dizer que a história é um tentando mudar o outro. Esse é um ponto pelo qual o livro passa, mas não é o centro. E não seria justo já que ele é contado do ponto de vista de Ana.

Pra piorar, são 3 livros. Os 2 primeiros já estão traduzidos para português. O terceiro, segundo a vendedora da livraria, deve chegar ao país no próximo ano. A sacanagem disso é que a leitura não é difícil. É muito, mas muito trivial. São 500 páginas que você lê em 3 dias sem dedicar muito tempo. Pra te fazer comprar o próximo, você tem de brinde o primeiro capítulo da sequência no fim da edição comprada. Onde aí sim, na última página, parece que realmente a cobra vai fumar. Mas pra saber será preciso ler o 2, onde possivelmente nada acontecerá. Aí, lerei o 3 em pdf ou esperarei uns 5 meses e depois irei ao cinema pra ver como ficou na telona.

Como são as coisas. Mesmo me revoltando com Ana e Grey algumas vezes, não curtindo o livro - muito prolixo - ainda estou doida pra começar a ler a seqüência que será adquirida amanhã, assim que o mall abrir.

São os detalhes que o tornam fascinante. Ambos os personagens são complexos e simples ao mesmo tempo. Assim, é impossível não criar algum tipo de vínculo emocional com um deles. É um romance entre o Lobo e a Branca de Neve. Já deve haver até torcida. O envolto da história se passa com um masoquista e, por mais que velado, há interesse em entender o mundo que mistura dor e prazer. Faria 5 flexões só pra saber o que a galera do S&M pensa a respeito desse livro. (não malho. Então não consiga pagar nem duas)

No mais, agora é ler "Cinquenta tons mais escuros" e em seguida "Cinquenta tons de liberdade" e ver quem leva quem para seu mundo. Quantos litros de lágrimas Ana vai chorar, quantos "me desculpe" acompanhado de "você é tudo pra mim" precisarei ouvir.

No momento, ainda não entendi o que faz dele esse fenômeno todo. Estou é torcendo muito para Charlie Tango cair, todos morrerem, José se assumir e casar com Taylor.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conselhos... sempre intencionados

Já dizia o velho ditado que se conselho fosse bom não era de graça e mesmo eu martelando isso na minha cabeça a vida toda vira e mexe caio em um que logo a frente me ferra. Ultimamente é assim que me sinto. Motivos não vem ao caso. A questão aqui é o excesso de intenção pessoal que o outro tem ao te dizer algo sobre a sua vida. Deveria ser o contrário.
A gente aprende que é o contrário. Na sociologia e na antropologia, uma das primeiras coisas que estudamos é a influência de um povo sobre o outro. É como é preciso observar para entender a cultura. Só que nas relações interpessoais isso parece ser esquecido. É um tal de "nossas vidas não se parecem em nada mas você deve fazer o que digo". Por isso, vai aí uma nota mental: conselhos bons? Só se vierem acompanhados dos números da próxima mega sena.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Se tivesse usado o dinheiro que investi em meus estudos para fazer plásticas, tratamentos estéticos e mantivesse um personal trainer, hoje já estaria casada com um homem rico e com pelo menos 2 filhos para assegurar uma boa pensão. Ao contrário, estou aqui".
Eu repeti esse testículo que ouvi dias atrás em um papo com algumas amigas e de volta, recebi "o problema é que estudar vicia".
Tá aí a porcaria da verdade. Assistir Meia noite em Paris e saber a importância dos personagens lá apresentados para a literatura mundial; Ter um orgasmo cinematográfico por compreender quão cuidadoso Hugo foi criado para homenagear Méliès e saber quem foi Georges M.; Não engolir uma informação que lhe foi passado sem antes fazer uma análise crítica são coisas impagáveis.
E são esses detalhes que nos tornam info addict e ferram com a gente porque como diz o velho e bom ditado, "a ignorância é uma benção".
E a questão toda está no fato de que uma vez estudado, não há como voltar atrás. O cérebro não é como uma esponja que absorve conhecimento e o deleta quando você manda.
Hoje, meu dia teve uma surpresa daquelas que parecem ser boas e bobas, mas acabam com a gente: Chorinho. Um espetáculo teatral que desconhecia detalhes, mas por ter Denise Fraga no elenco, não pude recusar o convite, e fui surpreendida por um projeto que mais uma vez mostrou como estudar, coopilar, processar, são etapas importantes para simplificar e deixar tudo entendível e atraente para qualquer que seja o receptor.
Chorinho trata de discussões que estão vivas em mim. Dia e noite vivo tais conflitos como o de desviar o olhar para encontrar apenas o belo. Ou o de viver na hipocrisia da sociedade atual. Foi 1h30 de tapas na cara. Sai de lá com a angústia latente.
O espetáculo não é dramático, é real. O texto, muito bem escrito, tem as piadas necessárias para relaxar a platéia que não está preparada para tanta densidade. Afinal, ele está no circuito comercial. E também, entender a cidade como espaço vivo, enxergar o outro como ele é e não você gostaria que ele fosse e reconhecê-lo como uma pessoa não é fácil. Entender que são as diferenças que fazem uma comunidade? Nem no reino de Far far away.
Chorinho caiu na estrada. Eu, fiquei aqui digerindo tudo para compreender qual meu papel. Eu juro que não sei se deveria me afastar desse universo que tanto critico. Deixar os ideais da sociedade capitalista de lado e descobrir os meus. Que quem sabe seja viver na praça. Livre de todas as pressões, da angústia. De qualquer forma, enquanto não decido, ou a vida decide por mim, sei que posso encontrar o anestésico necessário para enfrentar o próximo dia no balcão de um bar. Por sorte ou azar, em BH tem no mínimo 1 em cada esquina. C'est la vie.

domingo, 20 de maio de 2012

ces't la vie

Esse texto estava por aqui e resolvi publicá-lo hoje. Não lembro quando o escrevi, mas continua atual.

Hoje foi um dia atípico. Fui ao cinema à tarde, manicure e pedicure no horário de almoço. Lanche com amigas à tarde e risos ao telefone. Até cogitei uma massagem!!!
Como seria gostoso ter mais dias assim na minha vida. Mas é a adrenalina dos outros dias que tornam dias como este tão saborosos. Amanhã as coisas voltam ao normal, ou o mais próximo que pode chegar pois, como disse um amigo: nunca seremos normais e isso é que faz de nós quem somos.

Este final de semana cheguei à algumas conclusões:

o sono tem efeito parecido com o do alcool em nosso organismo. Tem o estágio do cansaço, da irritação, da euforia... Várias pessoas viradas em um espaço é o mesmo que ter um monte de bêbados no lugar, mas sem o bafo da marvada da catiaça. rs...

trabalhar em time só funciona se quem deve ser responsável pelo departamento estiver por perto. Tribo sem cacique se desfaz rapidamente. Vários caciques geram o mesmo efeito.

"quem não sabe, inventa" - essa frase é muito dita pela minha família. A pessoa pode até inventar, ser criativa e se manter por um tempo, mas vai cair rápido. Assim que alguém chegar com a verdade.

a vida pode acabar em um piscar de olhos. estranho saber que estamos tão volúveis à situações que nem imaginamos e continuamos vivendo como se pudessemos fazer tudo amanhã. Será que vai haver amanhã???
  
Sou insatisfeita por natureza. Queria muito ser o tipo de pessoa com um sonho, um ideal a ser conquistado. Ou então em achar que a vida é trabalho, família e amigos no fim de semana. Só que essa não sou eu. Eu me incomodo pela hipocrisia que vivo, pelo mundo que me rodeia e pelo fato de eu ficar apática a tudo sem fazer nada.
Aí, nos últimos dias comecei a me dar conta que essa insatisfação com o universo e não apenas com a Terra me acompanhará por toda a vida. Serei eternamente a pessoa que compra brigas perdidas, que nunca está satisfeita com o que fez/conquistou. Fazer o que com isso? Como focar minha revolta?
Minha terceira chefe me dizia sempre que eu precisava aprender a direcionar minha revolta interna. Desde a primeira vez que ela disse isso até hoje, pouco mudou. Pra ser honesta, o discurso serviria muito.
Só que nesse meio tempo apareceu a procrastinação. Revolta interna e procrastinação juntas leva à prostração.
Pro meu futuro? Preciso remover os "ãos" da minha vida. Até lá serei mais uma com potencial mas uma cabeça muito mess-up pra conquistar qualquer coisa. 
Cansei... minhas analogias sobre como a vida precisa, de certa forma, ser deprimente, fica pra outro dia.